Casos em UCI abaixo dos 300 só com "pelo menos dois meses de algum confinamento"
Estimativa feita por especialistas do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge.
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São precisos mais dois meses com medidas de confinamento para que o número de casos em UCI fique abaixo dos 300. É essa a estimativa dos especialistas confirmada por Baltazar Nunes, do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, que nota que é imperativo baixar a incidência do vírus na comunidade.
"Os nossos modelos indicam que são necessários pelo menos dois meses de algum confinamento ou restrição de contactos para trazer, pelo menos, o número de casos em Unidades de Cuidados Intensivos a valores abaixo dos 300. Claro que, a partir desse momento, existem outras medidas que vão começar a ter o seu papel relevante, como a vacinação", explicou Baltazar Nunes.
O especialista sublinhou, perante os deputados, que a transmissibilidade está claramente em decréscimo, com o R situado em 1,10.
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"A situação atual relativamente à transmissibilidade, valor do R, neste momento está em 1,10, é a nossa estimativa, mas encontra-se em fase de decréscimo, ou seja, há um claro desaceleramento da epidemia nas últimas semanas. O R é mais elevado na região de Lisboa e Vale do Tejo, com 1,13 e, neste momento, o valor mais baixo é na Região Autónoma dos Açores, 0,8, abaixo de um, em fase decrescente", afirmou o especialista do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge.
Já Jorge Torgal falou sobre a questão dos diversos tipos de máscara, afirmando que, mais do que o tipo utilizado, o importante é usá-la e usá-la bem.
"A discussão que está em cima da mesa é uma falsa discussão. Agora as FP2 estão na moda porque a diferença de 3% que há na segurança entre umas e outras é, a meu ver, muito pouco válida. O principal problema do uso das máscaras é o uso incorreto e descontínuo. As pessoas tiram as máscaras com grande facilidade em muitos sítios, em geral quando estão em grupo, para fumar, beber e conversar", acrescentou Jorge Torgal.
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Sobre este mesmo tema, Carla Nunes indicou aos deputados que os últimos estudos mostram que um em cada cinco portugueses ainda não usa máscara, mesmo quando está em grupos, sobretudo com mais de dez pessoas, e que nesse tema ainda há muito trabalho de sensibilização a fazer.
Relativamente a quanto tempo vai durar a epidemia, Baltazar Nunes disse que é uma pergunta "muito difícil" de responder, mas citou as palavras de Jorge Torgal, especialista de saúde pública, também ouvido na comissão: "É um vírus que vai ter que viver connosco e nós com ele durante muito tempo".
Segundo a Direção-Geral da Saúde, já morreram em Portugal 11 886 pessoas dos 698 583 casos de infeção confirmados de Covid-19.
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