A Casa do concelho de Castro Daire surpreendeu os voluntários da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) com canções tradicionais, para agradecer o trabalho em ritmo cada vez mais acelerado.
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Elvira Correia, 70 anos, chupa um rebuçado, enquanto ajeita a saia larga e comprida.
"Tem quase cinco metros de roda", descreve orgulhosa. Está vestida com "traje de ir levar o comer ao campo". Saia rodada, avental com grandes bolsos, blusa de chita florida, lenço na cabela a segurar os cabelos. Era assim, "arranjadinhas" que, noutros tempos, as mulheres levavam as refeições para quem estava a trabalhar a terra. "Era assim que os velhotes trabalhavam", em Castro Daire, no distrito de Viseu.
A viver em Lisboa, há 50 anos, Elvira é uma das vozes do rancho da Casa do concelho de Castro Daire, que esta semana, visitou a sede da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), para agradecer aos voluntários. Diva Pinto, da direcção da Casa, explica que é "um gesto simples e simbólico de agradecimento e homenagem aos voluntários e jovens envolvidos nesta bonita missão".
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Enquanto soam os primeiros acordes do cavaquinho e da concertina, as escadas na entrada da sede da JMJ enchem-se de voluntários. Batem o pé, balançam os corpos, ensaiam aplausos, num cada vez mais raro momento de pausa, à medida que se aproxima o início da Jornada.
Diva Pinto agradece "todo o esforço, dedicação e sobretudo exemplo inspirador", mas promete que o momento será breve, porque os voluntários "não se podem baldar".
E pouco depois, os jovens regressam ao trabalho ainda embalados pelo refrão improvisado do grupo de castrenses mais velhos.
"Cada um faz o que pode / E eu faço o que pude / Daqui vai um forte abraço / Para toda a juventude.
Fica guardado no peito / E também nos meus cristais / Para esta juventude / Tudo, tudo e muito mais".
A autora não escreve segundo as normas do novo Acordo Ortográfico