"Catástrofe" nos hospitais exige rede nacional de transferência de doentes críticos
"Não pode ser um hospital a tentar encontrar uma ambulância para transferir os doentes", avisa membro do gabinete de crise da Ordem dos Médicos.
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O presidente do colégio da especialidade de emergência médica e membro do gabinete de crise da Ordem dos Médicos defende que é preciso criar uma rede nacional de transferência de doentes críticos para responder à situação atual de catástrofe em vários hospitais.
Vítor Almeida diz à TSF que a situação é grave desde março, no início da pandemia, mas agora chegou a níveis "explosivos e catastróficos".
"Neste momento o sistema está claramente em rutura o que significa em medicina de urgência e emergência triagem de multi-vítimas, priorizar os atendimentos essenciais, criar estruturas em rede para transferir doentes para onde ainda se podem transferir, num planeamento em rede que é a chave do sucesso, sendo aí que vejo fragilidades no sistema", refere o responsável da Ordem.
"É preciso criar uma rede nacional de transferências de doentes críticos pois não pode ser um hospital a tentar encontrar uma ambulância para fazer isto", alerta Vítor Almeida para quem é fundamental interligar todas as peças e não apenas pensar nos cuidados intensivos.
O membro do gabinete de crise da Ordem dos Médicos diz que a discussão sobre ventiladores é hoje "perfeitamente supérflua" tendo em conta que "o grande problema agora são os recursos humanos", numa altura em que grande parte dos profissionais estão infetados ou em isolamento.
"Os que sobram estão sobrecarregados e a fazer 60 ou 80 horas por semana e com muita pressão, sobretudo na área da urgência e emergência", afirma Vítor Almeida.
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