Um estudo sobre identidades religiosas na área metropolitana de Lisboa, patrocinado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, culpa as migrações e as dinâmicas das cidades para a perda de força dos católicos.
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Mais de metade da população da Área Metropolitana de Lisboa, no ano passado, assumia que praticava a fé católica.
São a maioria, mas são menos do que indicava um estudo semelhante feito em 2011.
Aumentaram em termos percentuais os que professam outras crenças e, acima de tudo, os que se distanciam da fé e do culto.
O estudo que vai ser revelado esta terça-feira, em Lisboa, mostra que 35% dos inquiridos não acredita em nenhum Deus ou não pratica nenhuma religião, mesmo sendo crente em Deus.
A equipa de investigadores liderada por Alfredo Teixeira, da Universidade Católica de Lisboa, conclui que as dinâmicas na grande Lisboa não são diferentes de outras cidades ocidentais. Nas conclusões do estudo, a que a TSF teve acesso, são usadas expressões com "metropolização" e "destradicionalização" para justificar este afastamento da fé.
Por outro lado, a chegada de gente de muitas paragens está a reforçar as crenças minoritárias.
Depois dos católicos, as religiões evangélicas e protestantes e as Testemunhas de Jeová são as que mais crentes congregam.
Uma novidade que surpreendeu os autores é o peso dos budistas: sendo menos, já são quase tantos como os islâmicos.
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Numa conversa com a TSF sobre o estudo que coordenou, Alfredo Teixeira, que também integra a Comissão para a Liberdade Religiosa, explicou que a diversidade religiosa é hoje maior que noutros tempos recentes, mas não é igual em toda a região de Lisboa.
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Os concelhos do distrito de Lisboa, excetuando a capital, têm mais diversidade de crenças que a cidade e a margem sul.
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