Questionado pelos jornalistas durante as comemorações dos 125 anos da Unicer, o Presidente da República diz tratar-se de uma luta político-partidária acima da qual deve estar o chefe de Estado.
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«Lutas», «jogadas», «controvérsias», «combate político-partidário». Cavaco Silva classifica assim o caso das dívidas do primeiro-ministro à Segurança Social e coloca-se à margem dessa polémica: «Um Presidente da República de bom senso não deve comentar lutas político-partidárias principalmente quando já se sente um certo cheiro de campanha pré-eleitoral».
Os jornalistas insistiram, mas Cavaco repetiu sempre a mesma ideia. Usou vários substantivos para voltar ao argumento de que a questão está na esfera dos partidos e que a Presidência da República está acima disso. Mas não deixou, no entanto, de revelar que falou com Passos Coelho sobre o assunto e que o primeiro-ministro «deu as explicações que entendia dever dar». Depois, voltou a bater na mesma tecla: «Um Presidente da República não deve entrar em lutas político-partidárias. Está acima dos partidos».
O chefe de Estado não revela se ficou ou não satisfeito com as explicações de Passos, alegando que a conversa foi privada e que por isso vai continuar privada.
Aos partidos, Cavaco lança um repto: «Peço que se concentrem na resolução dos reais problemas do país. Vamos procurar resolver em particular o desemprego, que preocupa os portugueses».
Questionado sobre, como diz Passos Coelho, isto é um caso da esfera pessoal, Cavaco Silva respondeu como já havia respondido antes: «Um Presidente da República não deve entrar em lutas político-partidárias».