O Presidente da República considerou que a «excessiva carência de recursos» pode prejudicar as universidades, defendendo a necessidade de «compromissos políticos e financeiros de longo prazo».
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«A obtenção de resultados de elevado nível exige, de facto, recursos adequados e uma necessária autonomia de decisão», reconheceu o chefe de Estado, na cerimónia de condecoração da Universidade de Lisboa como membro honorário da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, que decorreu no Palácio de Belém.
Por isso, acrescentou, apesar do contexto de «grave crise económica e orçamental», é fundamental ter presente que, num quadro de acesa concorrência a nível global, «a excessiva carência de recursos ou a sua imprevisibilidade pode provocar um atraso difícil de recuperar».
Numa intervenção curta, perante representantes da Universidade de Lisboa, o Presidente da República aludiu ainda à necessidade de «trilhar mais intensamente» o caminho do reforço da ligação entre a academia, os empreendedores e a aplicação do conhecimento científico e do desenvolvimento tecnológico à criação de inovações de sucesso, de forma a que «o grande potencial das instituições científicas seja transformado em criação de riqueza».
«A Universidade de Lisboa, a par de outras universidades portuguesas, iniciou há muito esse processo de transformação, um processo que é essencial ao país mas que requer tempo e compromissos políticos e financeiros de longo prazo», admitiu.
Além disso, continuou, a autonomia das universidades deve ser preservada, confiando à sua responsabilidade «o rigor que se lhes exige na gestão dos escassos recursos disponíveis», pois a maioria das instituições já demonstrou «merecer a confiança dos poderes públicos, apresentando resultados dignos de reconhecimento e estímulo».