Em Castro Daire, o Presidente da República reagiu, esta tarde, aos números da execução orçamental de maio e que, no essencial, mostram que a receita fiscal ficou muito abaixo do esperado pelo Governo. Cavaco Silva não encontra forma de pedir mais sacrifícios a quem já deu uma grande contribuição para a saída da crise.
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Em Castro Daire o povo saiu à rua, a vila engalanou-se e o dia foi de festa, mas também de protesto. O Presidente da República foi apupado e assobiado.
Numa terra que se prepara para perder vários serviços públicos, Cavaco Silva não se alheou dos protestos, percebeu a mensagem e avisou o Governo: é preciso explicar as medidas.
«É preciso que todos aqueles que tomam decisões expliquem aos portugueses a razão de ser das reformas que têm de ser feitas, qual é o seu alcance, para que os portugueses compreendam aquilo que os governantes estão a fazer», afirmou.
E quando sopram ventos de mais austeridade, devido aos números da execução orçamental, o Presidente da República foi claro: «O povo não aguenta mais sacrifícios».
«Penso que será muito difícil voltar a exigir sacrifícios àqueles que já foram chamados a contribuir significativamente para a redução dos nossos desequilíbrios económicos e financeiros», sublinhou.
Uma certeza que leva Cavaco Silva a afirmar que não há espaço para mais austeridade, a não ser que se bata a outras portas.
«Não estou a pensar em ninguém de forma especial, embora me cheguem muitas informações dos cidadãos à Presidência da República. O que eu digo acima de tudo é que se vê pouco espaço para que se possa exigir mais sacrifícios a quem já foi sacrificado, e muito sacrificado», lembrou Cavaco Silva, em Castro Daire onde inaugurou um parque urbano.