Na agenda deste Conselho de Estado, a 11ª reunião deste género convocada por Cavaco Silva, está a situação económica, social e política face à conclusão do programa de ajustamento.
Corpo do artigo
O Presidente da República reúne, esta quinta-feira, o Conselho de Estado, naquela que é a 11ª reunião deste género convocada por Cavaco Silva mais de um ano depois da última vez que os conselheiros de Estado foram chamados ao Palácio de Belém.
Na agenda da convocatória dos chefes de Estado, está a situação económica, social e política face à conclusão do programa de ajustamento.
Em declarações à TSF, o comentador David Dinis lembrou que o «Conselho de Estado tal como ele é composto hoje e nas circunstâncias do país é mais imprevisível do que alguma vez foi nos últimos muitos anos».
«É uma composição muito fragmentada onde poucas lealdades partidárias existem e portanto isso torna qualquer reunião do Conselho de Estado também ela bastante imprevisível», acrescentou o diretor do jornal eletrónico Observador.
David Dinis chamou ainda à atenção para os conflitos entre o primeiro-ministro e o presidente do Tribunal Constitucional e para o facto de Mário Soares ter ultimamente contestado António José Seguro, depois de ter «estado mais perto da posição» do líder do PS nas últimas reuniões do Conselho de Estado.
O comentador lembrou ainda que Bagão Félix, escolhido para o Conselho de Estado por Cavaco Silva, criticou várias vezes o Governo e pediu que se pense numa forma de se renegociar a dívida pública, tema que Seguro já prometeu levar para esta reunião.
Desde 20 de maio, ainda antes da crise política que levou à demissão de Vítor Gaspar e à ameaça de saída de Paulo Portas, Cavaco Silva tem apostado na palavra consenso e tentou um acordo sem sucesso entre o PS e os partidos do Governo.