O vice-presidente do CDS-PP Nuno Melo criticou o discurso final de Seguro no congresso do PS por, «num esforço amnésico», se ter esquecido da «autocrítica» quanto aos seis anos de governação socialista.
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«Eu reparei um PS em processo pós traumático que, num esforço amnésico, esqueceu-se de um esforço de autocrítica, de reflexão em relação a um tempo que não começou agora neste congresso», afirmou o eurodeputado à saída do XVIII Congresso Nacional do PS.
Salientou mesmo que «bom seria» que «esse esforço» e «autocrítica» tivessem hoje acontecido, quando «Portugal atravessa tantas dificuldades, que entre outras coisas resultam de uma dívida acumulada nos últimos seis anos».
«Francamente isso preocupa-me», frisou Nuno Melo para logo acrescentar: «Eu olhava para aquele palco e via os mesmos protagonistas desse passado e de proclamações está Portugal cheio».
Para o dirigente do CDS, «fazer de conta» que o memorando da troika, «negociado e assinado por três partidos mas à cabeça pelo PS», «não existe ou foi feito por outras pessoas ou outro partido qualquer, não será propriamente o melhor dos caminhos».
«Há um compromisso que responsabiliza três partidos e mal seria que agora o PS apenas por uma alteração de figurino viesse considerar mau aquilo que quis, negociou e assinou», criticou.
Nuno Melo escusou-se a comentar as propostas apresentadas «de forma vaga» por António José Seguro no seu discurso final porque «há coisas que soam bem ao ouvido, [mas] não significa sequer que sejam concretizáveis».
Sobre a alternativa ao aumento do IVA apresentada pelo líder socialista respondeu que: «gostava de ter ouvido António José Seguro, que teve muita oportunidade nos últimos seis anos, a defender coisa equivalente, teria sido útil porque o que hoje percebe como urgente e necessário não deixou de o ser há um, dois anos atrás».