"CDS deve ter vice-presidência." O conselho de Alberto João Jardim para a Madeira
Alberto João Jardim faz uma análise do percurso do PSD na Madeira, fala do passado e do futuro, numa entrevista à TSF.
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Em entrevista à TSF, o antigo presidente do Governo regional fala, como é hábito, sem hesitações, e avança os erros que levaram o PSD a perder a maioria absoluta ao fim de 43 anos. Este é, de acordo com Jardim, um problema de "feitios" que pode complicar o futuro executivo e o segredo para um bom Governo de coligação.
Durante a campanha eleitoral na Madeira, Alberto João Jardim foi passear; fez um cruzeiro pelo Mediterrâneo com a mulher para celebrar os 50 anos de casamento. Pareceu estar definitivamente longe da ribalta e dos destinos do PSD regional.
Engano. Voltou a terra a tempo do último comício, da última arruada e daquela que não é definitivamente a última entrevista sobre "como é que as coisas devem ser feitas" para recuperar a hegemonia do PSD no arquipélago que só fraquejou agora, ao fim de 43 anos.
Em "mangas de camisa" e tom despreocupado, abre a janela para deixar entrar a vista. Explica depois como é que o PSD foi crescendo "distribuindo lugares na administração pública". Só quando Miguel Albuquerque deixou de fazê-lo, há alguns anos, começou a cavar a que poderia ter sido a própria sepultura. Mas acordou a tempo, mesmo no limite, e o resultado foi o que se viu nesta eleições regionais: o PSD perdeu a maioria e vai ter que penar para formar Governo.
Hoje Alberto João Jardim já pode falar da mágoa, sem grande mágoa. Dos tempos em que o sucessor, Miguel Albuquerque, se empenhou em distanciar-se do jardinismo e dos jardinistas, "começou a deixar entrar qualquer um para a administração" e acabou por perder o controlo. Além do mais, foi por aqui, "nesta segunda linha do partido", que "o PSD criou a criatura". Refere-se a Paulo Cafôfo.
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Aos 76 anos, Alberto João Jardim também fala nesta entrevista do papel que vê para si próprio na política e dos caminhos para o futuro do arquipélago.
Recebe-nos numa saleta da casa museu do Governo regional da Madeira, a casa onde o próprio Jardim viveu durante 33 anos e que foi comprada pelo partido para aqui instalar o gabinete do homem a quem o partido deve quase tudo, como o tempo em que o PSD Madeira só tinha maiorias absolutas.