Paulo Baldaia analisa os mais recentes desenvolvimentos da questão da reposição do tempo de serviço dos professores, nomeadamente as declarações de Assunção Cristas, que admite votar contra a proposta que ajudou a aprovar na quinta-feira.
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O comentador político da TSF, Paulo Baldaia, considera que o CDS, está a recuar depois de ter errado durante as negociações com os partidos de esquerda sobre a reposição total do tempo de serviço dos professores.
"O erro crasso do PSD e do CDS não foi tanto de ser aprovado o tempo de contagem, foi de não ter o de não ter explicado como é que iria fazer isso e o de ter abdicado desta norma - que impede que a progressão na carreira seja traduzida em dinheiro automaticamente", diz em entrevista à TSF, pouco depois de Assunção Cristas ter avançado que não votará a favor da proposta sobre a reposição do tempo de serviço dos professores, caso o texto final contemple o pagamento imediato dos valores devidos a estes profissionais.
Paulo Baldaia explica que "esta era uma norma do PSD e do CDS que foi rejeitada pelo PS, pelo PCP e pelo Bloco, mas que foi fruto de uma negociação do PSD e do CDS com o PCP e com o Bloco". Caso este ponto reunisse consenso"seria da competência do Governo determinar quando é que essas progressões poderiam ser efetivadas, ou seja, pagas aos professores"
O antigo diretor da TSF acredita que o PSD pode também seguir o mesmo caminho que o CDS.
"Na Comissão Permanente do PSD, que aconteceu ontem, essa foi uma das matérias discutidas. Esteve em cima da mesa como a melhor hipótese para resolver. (...) Com esta norma, significa que os valores de que estamos a falar não são nada parecidos com aqueles que estivemos a discutir nos últimos dias e o tempo em que esse dinheiro depois é pago aos professores também não tem nada a ver a pressão política que passaria a existir com a lei tal e qual ela está na Comissão Parlamentar."
O comentador lembra que esta decisão do CDS não representa necessariamente o fim da crise politica.
"Nós ainda não sabemos se isto significa que a lei não vai ser aprovada, ou se isto significa que a lei vai ser aprovada, mas precisa de: ter, obviamente, ou os votos do PCP e do Bloco de Esquerda ao lado do CDS e do PSD para aprovar esta norma que a esquerda não queria, ou o PS vota a favor para existir lei com esta norma."