Líder centrista desviou-se dos problemas com a concelhia de Braga, mas não conseguiu escapar às críticas de uma antiga funcionária do tribunal.
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Depois de uma manhã passada no distrito de Setúbal, a caravana do CDS viajou até Braga, onde Assunção Cristas visitou um hub de inovação - Startup Braga. Acompanhada de Telmo Correia, candidato pelo distrito, e de Nuno Melo, o único eurodeputado do partido e presidente da distrital, sublinhou a importância da inovação e da criatividade na capital minhota.
No final da visita, a líder do CDS percorreu algumas das ruas do centro histórico da cidade, ao ritmo dos cânticos da Juventude Popular. Mas, entre beijinhos, palavras de simpatia e apoio de alguns bracarenses, teve de enfrentar as críticas de uma antiga funcionária pública, que garantiu a que Cristas que "tem uma carinha muito laroca", mas não conta com o seu voto.
"Levei cortes no vencimento, sobretaxas, fiquei sem subsídios no período da Troika", lamentou, com a líder centrista a sentir a necessidade de fazer uma pequena correção: "Foi no período da bancarrota socialista."
O duelo de palavras continuou: "As más notícias vieram todas de Governos de direita".
Cristas respondeu com o mesmo argumento: "Foi por causa da bancarrota de um Governo de esquerda. Agora que temos a soberania financeira de volta já podemos baixar impostos."
Ainda assim, esta trabalhadora do tribunal mantém-se irredutível: "CDS nunca voto. Não sei em quem vou votar, mas CDS nunca voto, porque me lembro disso."
Entre recordações, Cristas puxou a memória atrás para lembrar que foi o PS quem trouxe a bancarrota e a Troika. "Não foram estes elementos, foram outros", respondeu a interlocutora. Da conversa ficou uma ideia vincada: esta seria uma eleitora difícil de contrariar. A candidata do CDS tem até domingo para a conquistar, já que a intenção desta funcionária é votar antecipadamente.
Em Braga há, no entanto, mais pessoas que Assunção Cristas não conseguiu convencer. Pelo menos para já.
O líder da concelhia, Altino Bessa, votou contra a lista liderada por Telmo Correia, que acusa de ser "paraquedista" no distrito, e não esteve presente nas iniciativas de campanha. Essa é uma ausência que a presidente do CDS desvaloriza.
"Temos o CDS no distrito de Braga empenhado em ter um bom resultado. É nisso que estamos a trabalhar, explicando porque é que faz sentido votar no CDS: pelas ideias, pelas pessoas", garantiu a líder do CDS, confiando que tal será suficiente para que o trabalho do partido seja reconhecido.
Questionada sobre se faz sentido ter a direção do partido de costas voltadas para as estruturas locais, Cristas lembrou que "a distrital de Braga aprovou a lista proposta pelo distrito em todas as concelhias. Se há uma que não a quis por razões puramente pessoais, lamento".