
Regis Duvignau/Reuters
Isabel Galriça Neto, deputada do CDS-PP, diz que os centristas estão "preocupados" com a realidade dos utentes do SNS e defende que o ministro da Saúde se limita a "fazer promessas".
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O CDS-PP pede ao Governo que avance com "medidas concretas" para resolver uma situação que considera ser "grave e preocupante" para os utentes do Serviço Nacional de Saúde.
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Foi o que disse aos jornalistas, Isabel Galriça Neto, deputada do CDS-PP, numa conferência de imprensa, no parlamento, um dia depois de os sindicatos médicos terem anunciado que irão avançar para uma greve caso, ainda este mês, o Governo não atenda às reivindicações dos médicos.
"Muita da resolução desta situação está nas mãos do senhor ministro da Saúde. Aguardemos que governe e que tome medidas, que é aquilo que se espera de um ministro num contexto de dificuldades", disse, esta quarta-feira, a deputada.
Entre as reivindicações apresentadas pelos sindicatos médicos estão matérias como a redução da lista de utentes por médico de família, a limitação do trabalho suplementar a 150 horas anuais e a imposição de um limite de 12 horas de trabalho em serviço de urgência.
Segundo a deputada, "como é óbvio" o CDS-PP espera que Governo e sindicatos cheguem a um acordo que evite a greve por forma a "não comprometer os cuidados dos doentes", mas adianta que, para já, e não havendo acordo, a greve é compreensível.
"Compreendemos que os médicos venham mais uma vez a fazer um aviso de que se não se cumprirem determinados compromissos já assumidos avancem, em breve, para uma greve. Compreendermos que se diga que este ministro não está a governar, está a fazer promessas e simpaticamente continua a anunciar medidas que depois não se cumprem", sublinhou.
Esta terça-feira, os médicos deram menos de um mês ao Governo para resolver as principais reivindicações que têm feito ou avançarão para uma nova greve nacional.
"Caso as negociações não se traduzam a curto prazo em resultados inequivocamente positivos, as organizações sindicais médicas estão preparadas para desencadearem os adequados mecanismos legais de convocação de uma nova greve nacional dos médicos", afirmou o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, no final da reunião do Fórum Médico, em Lisboa.
Já o presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), Mário Jorge Neves, defendeu mesmo que a próxima reunião, agendada para 11 de agosto, com o Ministério da Saúde, é um encontro "do tudo ou nada".