O CDS assinala que, apesar de a autarquia ter assumido o erro, os serviços da câmara afirmaram "que era da inteira responsabilidade dos promotores ter o cuidado de não facultar informações pessoais".
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O CDS apresentou um requerimento para a audição do Presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, após o alegado envio de dados pessoais de três manifestantes à Rússia.
No requerimento, dirigido ao presidente da comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, Sérgio Sousa Pinto, o deputado Telmo Correia pede que "se delibere a presença do senhor presidente da Câmara Municipal de Lisboa para prestar esclarecimentos" sobre a suposta divulgação de dados pessoais à Federação Russa.
O Expresso e o Observador avançaram, na quarta-feira, que a Câmara de Lisboa fez chegar às autoridades russas os nomes, moradas e contactos de três manifestantes russos que, em janeiro, participaram num protesto, em frente à embaixada russa em Lisboa, pela libertação de Alexey Navalny, opositor daquele Governo.
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No documento, o CDS notou que, apesar de a autarquia ter assumido o erro, os serviços da câmara afirmaram "que era da inteira responsabilidade dos promotores ter o cuidado de não facultar informações pessoais que excedessem o estritamente necessário para o cumprimento dos preceitos legais e que este era o 'procedimento habitual adotado à vários anos'".
Para o grupo parlamentar do CDS, tal afirmação "faz supor que não é a primeira vez que são revelados dados de cidadãos" a outros países.
"Esta situação afigura-se preocupante e extremamente relevante tanto mais quanto é sabido que a Federação Russa tem violado os direitos humanos, nomeadamente perseguindo os opositores daqueles que se encontram no poder daquele Estado", apontou.
O CDS também enviou um conjunto de perguntas a Fernando Medina.
A Lusa contactou a Câmara de Lisboa, mas, até ao momento, não obteve resposta.