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O líder do CDS-PP nos Açores, Artur Lima, vai propor na região e na República a realização de voos charter para a Terceira e o Pico para aumentar o turismo nas ilhas do grupo central do arquipélago.
Quando visitou a Terceira em março, o secretário de Estado Adjunto e da Economia, Leonardo Mathias, reuniu-se com o Governo Regional, mas também com os dirigentes do PSD e do CDS nos Açores, para obter propostas sobre o Plano de Revitalização Económica da Ilha Terceira, apresentado pelo executivo açoriano, na sequência do anúncio de redução militar norte-americana na Base das Lajes.
Artur Lima disse à agência Lusa que o CDS-PP/Açores propôs ao secretário de Estado a realização de charters para a Terceira, medida que considera ser mais fácil de concretizar do que atrair companhias de baixo custo (low cost) para a ilha.
No congresso do CDS-PP/Açores que se realiza de sexta-feira a domingo, na Madalena, Pico, o líder regional centrista vai propor que também para esta ilha sejam realizados voos charter. "Já está em execução para entrar no parlamento uma proposta de realização de voos charter para o Pico e para a Terceira, com o apoio da Associação de Turismo dos Açores e do Governo Regional", frisou.
Para Artur Lima, é preciso valorizar as ilhas mais pequenas e combater o despovoamento. Nesse sentido, defendeu a necessidade de medidas para a fixação de jovens e a melhoria das acessibilidades internas de passageiros e de carga, bem como das condições de saúde e ensino.
"O sistema de acessibilidades de passageiros é caríssimo e não é eficaz, com horários desfasados, servindo outros que não os açorianos e o modelo está falido como agora se prova com a situação da SATA", criticou.
Crítico do novo modelo de ligações aéreas ao continente, Artur Lima alertou para a possibilidade de a TAP deixar de voar para a Terceira com a entrada em vigor das obrigações de serviço público para a carga, que vão retirar esse serviço das companhias que fazem o transporte de passageiros.
"Isto é da responsabilidade do Governo Regional, que tem de acautelar isso", frisou, alegando que, a partir de julho, a TAP poderá perder cerca de 3 a 4 milhões de euros anuais, sem o transporte de carga nos aviões comerciais, e a SATA entre 6 a 7 milhões.
Artur Lima admitiu que a operação das companhias low cost vai ter um "efeito positivo no turismo em São Miguel", mas reiterou que "não derrama turistas para as outras ilhas, porque a União Europeia proíbe o encaminhamento de turistas para as outas ilhas".
O líder regional do CDS-PP acusou ainda o executivo açoriano de ter liberalizado a rota para a Terceira "sem o mínimo de fundamento" e de não ter acautelado o serviço público para o Pico e Faial, que sem a SATA poderiam ter ficado sem ligações diretas ao exterior.