CDS/Congresso: Pires de Lima diz que para os comentadores Portas está «no lugar do morto na política»
Pires de Lima, ministro da Economia e dirigente nacional do CDS-PP, fez questão de lembrar que não é de agora que muitos comentadores, e não só, antecipam a morte de Paulo Portas na vida política.
Corpo do artigo
«Acho que o doutor Paulo Portas está na percepção dos comentadores no lugar do morto na política desde que se candidatou pela primeira vez a líder do CDS, em Braga, em 1998. Acho que o doutor Paulo Portas tem um carisma muito especial e um talento muito próprio independentemente das avaliações, análises e criticas, que respeito e algumas que compreendo», salientou Pires Lima, no programa da TSF, Bloco Central.
Pires Lima considera que Paulo Portas «provavelmente» está «a meio da vida política» e lembra que «toda a gente respeitou vidas polítcas duradouras em pessoas que marcaram a história da democracia portuguesa o doutor Álvaro Cunhal, o doutor Mário Soares e o doutor Cavaco Silva. Ou seja, à esquerda e ao centro é compreensível que uma figura possa ter uma vida política durante 10, 20, 30, 40 ou 50 anos».
À entrada para o Congresso, Pires de Lima disse esperar que este seja «um Congresso que seja uma demonstração que o partido nesta altura se sabe centrar focar naquilo que é essencial».
«É verdade que estamos a iniciar um processe de recuperação económica mas é igualmente verdade que este crescimento ainda não chegou as pessoas», disse.
«Há muitos portugueses a viverem mal em Portugal, a sofrerem, apesar do sucesso do nosso ajustamento e apesar de estarmos a entrar em crescimento económico», sublinhou.
Sobre o esclarecimento que Paulo Portas prestará acerca da crise política do verão, afirmou: «O doutor Paulo Portas falará e vamos ouvir todos com muita atenção, suponho que vai falar para o país e sobre o país».
Pires de Lima disse não acreditar que esta seja uma reunião magna que comece a preparar a sucessão de Paulo Portas enquanto líder do CDS-PP e afirmou que a participação de Nobre Guedes no Congresso e também a possível presença de António Lobo Xavier irão contribuir para «a boa discussão de ideias».
Também à chegada ao Congresso, a ministra da Agricultura e vice-presidente do CDS, Assunção Cristas, considerou que o congresso que irá decorrer até domingo em Oliveira do Bairro é «uma altura muito boa» para refletir sobre o papel dos partidos nos próximos dois anos.
«Numa altura em que vamos ter no nosso país a liberdade de escolha que nos foi retirada pelo PS, é uma altura muito propícia para essa reflexão», afirmou Cristas aos jornalistas, à entrada para o Congresso centrista.
Questionado se este é o momento para debater a sucessão do atual líder, Paulo Portas, a dirigente democrata-cristão evitou sempre responder.
«Neste momento o que é importante para o CDS é preparar continuação da legislatura e o nosso papel nos próximos anos (...) Prepara-se o futuro trabalhando todos em conjunto», afirmou.