As alterações climáticas estão esta sexta-feira na ordem do dia mas Jerónimo de Sousa lembra que há 40 anos que Os Verdes andam a alertar para o problema "sem serem ouvidos".
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O secretário-geral comunista dirigiu-se esta sexta-feira aos jovens participantes em mais uma greve climática em Portugal e no mundo e defendeu que "o capitalismo não é verde", num almoço-comício no quartel dos Bombeiros Voluntários de Messines, Silves.
"Queria deixar uma palavra a todos os jovens que hoje, de forma genuína, saíram à rua em defesa do ambiente. Ações nas quais a juventude CDU participou sob a consigna `o capitalismo não é verde´. Congratulamo-nos com a sua disponibilidade para agir perante problemas concretos de degradação da natureza. Matéria para a qual nós e, particularmente, os nossos amigos do Partido Ecologista `Os Verdes´ (PEV) alertam há quase quatro décadas, sem serem ouvidos", disse Jerónimo de Sousa.
Em dia de nova greve de alerta climático planetário, com milhões de jovens nas ruas das cidades de todo o mundo em protesto e também milhares em Portugal em manifestações a reclamar ação às diversas autoridades e responsáveis políticos face às alterações ambientais, o líder do PCP condenou o suposto conflito de gerações nesta problemática.
"É justa a preocupação que se vem revelando por parte de tantos jovens perante um modo de produção capitalista que esgota os recursos naturais na procura incessante do lucro", considerou.
Para Jerónimo de Sousa são necessários "atos concretos como a defesa da floresta, com valorização das espécies autóctones, e a intervenção imediata nas áreas ardidas como é o caso de Monchique e Silves".
O secretário-geral comunista defendeu mais "investimento público, contrariando o que fizeram PSD e CDS, que retiraram 150 milhões de euros de apoios à floresta".
Jerónimo de Sousa criticou "a atitude do PS de fazer muitos e muitos anúncios e concretizar muito, muito pouco, para manter as tais ?contas certas'.
"É tempo de acabar com os anúncios e avançar", afirmou, lamentando a "paralisia do Governo PS, que não responde ao drama dos incêndios em Portugal".