O mesmo cabaz alimentar que em dezembro de 2022 custava 46,31 euros, um ano depois passa a custar 50,80 euros, o que representa uma subida de 4,49 euros.
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O preço de um cabaz tradicional de Natal aumentou este ano, com uma lista de 16 artigos essenciais a custar agora mais 10% do que em 2022, revelou esta quinta-feira a Deco.
A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor analisou o preço de 16 produtos alimentares que tipicamente estão à mesa no Natal, entre eles, o bacalhau, o arroz carolino, a couve, a farinha para bolos e o açúcar branco.
Apesar de o preço do bacalhau ter diminuído este ano, o valor do azeite e da couve disparou, estando agora mais caro do que há um ano: o azeite virgem detém o recorde entre estes, com um salto de 82%, ou seja, 4,60 euros, em relação ao período homologo. Em dezembro de 2022 este bem alimentar custava 5,61 euros e em dezembro de 2023 custa 10,21 euros.
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Segue-se assim o arroz carolino com um aumento a rondar os 22%, a farinha para bolos e a couve-flor com 18% e o vinho tinto com 15%.
A bata vermelha, o abacaxi e o chocolate para culinária estão também na lista dos produtos que registaram um aumento no preço.
Numa lógica inversa, o preço do vinho branco, do leite meio-gordo e do peru diminuiu em comparação com os valores de 2022.
A diretora de comunicação da Deco Proteste, Rita Rodrigues, explica à TSF que o aumento dos preços é uma "tendência que vem para ficar".
"Se por um lado já seria de antecipar o aumento do azeite, porque ele tem vindo também a ser muito visível, o grande comentário que temos a fazer é que os aumentos são de tal forma elevados nos produtos, que mesmo aqueles que diminuem - como é o caso do bacalhau - é numa proporção muito pequena. No cômputo geral, infelizmente, este Natal os consumidores vão ter um cabaz quase 10% mais caro do que no ano anterior e parece-nos que a tendência vem para ficar e 2024 vai ter de ser também um ano de grande ginástica por parte dos consumidores portugueses", aponta.
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Rita Rodrigues fala igualmente num cenário de "degradação" com o aumento consecutivo dos preços, "nada positivo para as famílias portuguesas", e afirma que, com a reposição do IVA em janeiro de 2024, as contas serão ainda mais difíceis.
"Temos de perceber o que é que justifica estes aumentos, quais são as componentes do preço que estão a influenciar diretamente, se grande parte destes produtos têm sempre relação direta com a produção, escassez", defende.
Numa análise às categorias de produtos, a Deco aponta que a mercearia foi aquela onde se verificou o maior aumento, com os preços a subirem 0,84 euros, o que corresponde a uma diferença de 4,35%. Na fruta e nos legumes, registou-se uma subida de 0,15 euros, ou seja, um aumento de 3,57%.
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A diretora de Comunicação da Deco Proteste aponta várias razões para este fenómeno: "As guerras, as alterações climáticas, o aumento do preço da matéria-prima." Ainda assim, Rita Rodrigues sublinha que quando o preço de um produto desce, essa conta não é refletida "no preço final".
"O consumidor está sempre com a sensação de que está sempre a pagar mais e muito poucas vezes a fazer esse nivelamento de preço quando as condições assim o permitem", considera.
Contas feitas, o mesmo cabaz alimentar que em dezembro de 2022 custava 46,31 euros, em dezembro de 2023 passa a custar 50,80 euros, um crescimento de 4,49 euros.