"Cenário prolongado de inflação trará incerteza, perda de confiança e inevitável recessão"
Num contexto de incerteza económica e de crise energética, Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, admite a possibilidade de uma recessão.
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Por causa da guerra na Ucrânia e da dependência energética, com um quadro macroeconómico cheio de incertezas, o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, alertou que a recessão pode estar a caminho.
"O cenário prolongado de inflação trará incerteza, perda de confiança dos agentes económicos e uma inevitável recessão", afirmou Mário Centeno na conferência "Banca do Futuro", em Lisboa, organizada pelo Jornal de Negócios.
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Também esta quarta-feira, o vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, advertiu para o aumento da probabilidade de uma recessão técnica na zona euro, ou seja, dois trimestres consecutivos de contração económica.
Guindos alertou para o aumento dos riscos para a estabilidade financeira quando apresentou o relatório semestral da instituição sobre o assunto.
"As pessoas e as empresas já estão a sentir o impacto do aumento da inflação e do abrandamento da atividade económica", disse Guindos.
"A nossa análise é que os riscos para a estabilidade financeira aumentaram, enquanto uma recessão técnica na zona euro é mais provável", acrescentou o vice-presidente do BCE.
"Ao mesmo tempo, as condições financeiras tornaram-se mais rigorosas à medida que os bancos centrais atuam para controlar a inflação", de acordo com a instituição monetária europeia.
O BCE começou a aumentar as suas taxas de juro em julho e estas estão atualmente em 2%, embora se espere que as aumente ainda mais.
* com Lusa