Zelensky na AR é "momento histórico". Embaixadora diz que todos os partidos deveriam participar
A afirmação da embaixadora da Ucrânia, Inna Ohnivets, foi feita durante uma manifestação convocada pela Associação de Ucranianos em Portugal para alertar para a situação em Mariupol.
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A embaixadora da Ucrânia em Portugal, que participou na quarta-feira, em Lisboa, numa manifestação para alertar para a situação em Mariupol, disse que era importante que todos os partidos políticos portugueses participassem no "momento histórico", referindo-se ao discurso de Zelensky na Assembleia da República, que vai acontecer esta quinta-feira. Inna Ohnivets falou também "situação muito grave" que se vive em Mariupol.
Há muitos civis, especialmente mulheres e crianças, a sofrer, sem alimentos e sem água, disse a responsável, acrescentando que espera que o apelo da ONU de tréguas na Páscoa ortodoxa, esta semana, produza efeitos e que seja possível salvar pessoas em Mariupol.
Também o presidente da Associação de Ucranianos em Portugal, Pavlo Sadokha, afirmou que continuará a fazer tudo para lutar contra a invasão russa e na quinta-feira os ucranianos estarão, na Assembleia da República, para assistir ao discurso do seu Presidente, Volodymyr Zelensky, que participa numa sessão especial com o parlamento português e na qual o PCP já disse não participar.
"Não é de agora que fazem isso. Desde 2014 apoiam o fascismo russo. São aliados da Rússia e responsáveis morais pelos crimes que acontecem na Ucrânia", comentou a propósito Pavlo Sadokha.
A líder parlamentar do PCP, Paula Santos, anunciou na quarta-feira que o partido não vai participar na sessão do Parlamento desta quinta-feira, em que o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, vai discursar e denuncia esta iniciativa como "um ato de instrumentalização de um órgão de soberania".
"O PCP não participará numa sessão da Assembleia da República concebida para dar palco à instigação da escalada da guerra, contrária à construção de um caminho para a paz, com a participação de alguém como Volodymyr Zelensky que personifica um poder xenófobo e belicista, rodeado e sustentado por forças de cariz fascista e neonazi, incluindo de caráter paramilitar, de que o chamado Batalhão Azov é exemplo, a quem Zelensky deu palco na recente sessão no Parlamento grego", argumentou a deputada comunista em conferência de imprensa.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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* Atualizada às 09h30