Central de dessalinização que vai ser construída no Algarve terá o dobro da capacidade prevista

Barragem de Odeleite, Algarve
Maria Augusta Casaca/TSF
Estudo de impacto ambiental vai avaliar a melhor localização para a central dessalinizadora: Albufeira ou Lagos.
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A central de dessalinização que vai ser construída na região do Algarve vai ter o dobro da capacidade que estava inicialmente prevista, anunciou esta sexta-feira o ministro do Ambiente e da Ação Climática.
"Tomou-se a decisão de aumentar a dimensão para chegar até 24 hectómetros cúbicos", disse Duarte Cordeiro em declarações aos jornalistas no decorrer de uma visita às obras em curso no âmbito do Plano Regional de Eficiência Hídrica do Algarve. "Essa é uma decisão que tomamos exatamente porque entendemos que este é o momento certo, antes de fazer o investimento."
O ministro revelou ainda que só após o estudo de impacto ambiental - que será entregue à Agência Portuguesa do Ambiente "em princípio nas próximas semanas" - será decidido entre uma de duas localizações possíveis para esta central dessalinizadora, Albufeira ou Lagos.
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A obra iria custar 40 milhões de euros, previstos no PRR, mas o ministro prevê que o novo projeto custe 50 milhões de euros. No entanto, assegura Duarte Cordeiro, o Governo vai encontrar financiamento. "Asseguraremos sempre condições para [a central] ser financiada, ou seja, se não tivermos condições de financiamento prévia do PRR, encontraremos outras fontes de financiamento."
O ministro do Ambiente e da Ação Climática considerou que a situação das barragens no Algarve ainda o preocupa, mas há outras regiões que igualmente críticas.
Por isso, defende, podem surgir projetos para outras dessalinizadoras no Alentejo, "quer em Sines, por causa das necessidades que vamos ter de todo o desenvolvimento industrial que vai haver, quer um pouco mais a sul, por que nos chegaram intenções, nomeadamente dos regantes do Mira, da possibilidade de poder eventualmente desenvolver um projeto de uso privativo."
O ministro visitou esta manhã, na barragem de Odeleite, a primeira obra em curso no âmbito do Plano Regional de Eficiência Hídrica do Algarve, financiado pelo PRR. O objetivo é permitir a utilização do volume morto da barragem e aumentar o abastecimento de água na região em 7%.