Centro de Experimentação Artística do Vale da Amoreira é um exemplo que Governo pode e deve replicar
Autarca acrescenta que se trata de um espaço que está "aberto à população".
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Jerónimo de Sousa, na campanha da CDU às autárquicas esteve ao final desta manhã no Vale da Amoreira, no concelho de Moita, onde visitou o Centro de Experimentação Artística: um projeto que tem colocado este bairro multicultural como um exemplo de inserção social. Jerónimo de Sousa afirma que a ida ao Centro de Experimentação não foi para fazer uma crítica ao governo, embora considere que o exemplo possa e deva ser replicado, e tenha criticado o afastamento do governo em relação à responsabilidade que tem na questão da habitação.
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No áudio desta notícia, Sofia Figueiredo apresenta o Centro de Experimentação Artística do Vale da Amoreira a Jerónimo de Sousa. Ela é a responsável pela programação desta valência, que fica num território (ainda) de problemas, como confirma Rui Garcia, presidente da Câmara de Moita, eleito pela CDU: "É simultaneamente um trabalho de intervenção cultural e social, e de intervenção, num território de uma freguesia com uma população migrante muito significativa e problemas sociais que, infelizmente permanecem, como de integração ou bolsas de pobreza". O autarca acrescenta que se trata de um espaço que está "aberto à população e aos projetos da população", e que pretende a "capacitação e emancipação dos jovens que aqui iniciam os seus projetos".
Com a vinda Centro de Experimentação Artística, Jerónimo de Sousa não quer criticar o governo, mas sim que se olhe para o espaço como um exemplo do que pode e deve ser feito num bairro social. "Não é uma iniciativa para criticar o poder central, mas relevar o caminho de uma experiência que devia ser encetada em bairros como este e que leva o Vale da Amoreira seja hoje reconhecido por boas razões", explica.
"Que bom que é que o Vale da Amoreira seja hoje reconhecido por boas razões e não com o anátema permanente da ideia de destabilização e da insegurança social num bairro como este", acrescenta, sublinhando ainda que existe neste bairro um "quadro de multiculturalidade importante que transforma o Vale da Amoreira num sítio normal".
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Nesta visita ao Vale da Amoreira, Jerónimo de Sousa lembrou um problema que afeta esta e outras comunidades - a habitação ou a falta desta. Diz o secretário geral do PCP que existe um afastamento do Estado em relação a este assunto, que é da responsabilidade do governo.
Este espaço, criado em 2013, foi construído com acessos a fundos comunitários. Fundos que se têm revelado um problema na sua obtenção, não só para o município de Moita, como também para toda a região, assegura o autarca Rui Garcia. Uma vez que a margem sul, apesar de estar no distrito de Setúbal, faz parte da região de Lisboa, identificada a nível europeu como uma "região rica", o acesso a fundos comunitários para a construção de projetos deste e de outros tipos tem sido "limitado". Rui Garcia mostra-se apreensivo, pois "as declarações do primeiro ministro levam a crer que nada está a ser feito para resolver o problema".
Esta limitação do acesso a fundos comunitário diz respeito aos quadros de financiamento regulares, neste caso o quadro 21-27.