
JR
Contrariando a notícia de hoje do Jornal de Notícias, o conselho de administração garante que «não se fazem falsas cirurgias nem cirurgias fictícias» e nega que as remarcações visem a saída da lista de espera e redução dos tempos.
Corpo do artigo
«É falso que a remarcação tenha como efeito a saída da lista e a redução de tempos de espera», afirma o conselho de administração do CHBV em comunicado enviado à Lusa, em que salienta que «todos os dados referentes à gestão da lista de espera cirúrgica estão centralizados numa base de dados nacional, SIGIC, e são monitorizados localmente, regionalmente e a nível central», em tempo real.
«Quando um doente é remarcado por qualquer razão, mantém-se em lista de espera e como tal mantém-se a contagem do tempo de espera, ou seja, é falso que a remarcação tenha como efeito a saída da lista e a redução de tempos de espera», garante.
No comunicado, o conselho de administração salienta que a Inspeção Geral das Atividades de Saúde auditou o CHBV em outubro de 2014, «em que foram auscultados os médicos que manifestaram dúvidas em relação ao agendamento das cirurgias, mas a inspeção não encontrou desconformidades e não fez qualquer recomendação em relação ao assunto».
Refere ainda que nas inspeções regulares de 2012 e 2013, não foi «feita qualquer referência específica à forma de agendamento dos doentes da lista cirúrgica», e que a Comissão de Ética do CHBV «nunca se pronunciou sobre o assunto em questão».
A administração hospitalar nega que sejam «marcadas e desmarcadas cirurgias sem conhecimento dos doentes» e, embora admita que no passado, «algumas cirurgias foram agendadas e, por diversos constrangimentos, tiveram de ser reagendadas», afiança que «atualmente, a gestão da lista cirúrgica não apresenta qualquer desconformidade».
«A gestão da lista cirúrgica cumpre integralmente o respeito pelo acesso aos cuidados de saúde dos cidadãos e permitiu, associada à melhoria da eficiência, a evolução favorável no que diz respeito ao tempo médio de espera para cirurgia no CHBV, que melhorou de 2012 para 2014, de 6,8 meses para 4,2 meses e, permitiu reduzir no mesmo período de tempo, o número de doentes em espera para cirurgia há mais de 12 meses, de 783 para 256», conclui o conselho de administração.
O Jornal de Notícias dizia hoje que Os hospitais de Aveiro, Águeda e Estarreja, reunidos no Centro hospitalar do Baixo Vouga, estão a atrasar as operações aos doentes com a marcação de cirurgias fictícias. As operações são reagendadas e consecutivamente adiadas, e há casos em que os doentes nem sequer sabem que têm cirurgias agendadas.