Centro Oncológico é um dos projetos que Programa Algarve 2030 quer concretizar
Há 780 milhões de fundos comunitários para "puxar" pela região.
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Nas negociações com Bruxelas, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve definiu vários objetivos prioritários para os próximos anos na região. Um Algarve mais competitivo (que passa por investir mais na inovação das empresas), mais verde e com menos carbono (onde se inclui o uso eficiente da água ou a aposta na eficiência energética), e mais social e inclusivo (apostando na educação, nas qualificações e competências).
Mas, dos 780 milhões de euros atribuídos à região - em comparação com os 318 milhões de euros do último quadro comunitário -, há projetos que se destacam e poderão avançar se o Estado complementar a sua fatia de investimento.
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Um dos projetos previstos no Programa Regional do Algarve 2030 é o Centro Oncológico. Até agora, muitos doentes da região têm que se dirigir a Lisboa ou Sevilha para fazerem certos tratamentos. Caso avance a ideia, poderão evitar viagens de 300 quilómetros. "Apresentámos indicativamente um valor de 9 milhões de euros", sublinha o presidente da CCDR. Montante que, no entanto, pode vir a ser superior, adianta José Apolinário. "A região não pode ficar em segundo plano na luta contra o cancro", enfatiza Apolinário. Contudo, os dinheiros comunitários apoiam 60% do projeto e 40% terá de ser o Estado a desembolsar.
No que diz respeito à sustentabilidade, há um projeto de descarbonização já pensado para o porto de Portimão. "Mobilizámos oito milhões de euros para um projeto que tem de ser dinamizado pela Administração dos Portos de Sines e do Algarve e que visa antecipar em cerca de dez anos a descarbonização do porto de Portimão", salienta o responsável da CCDR Algarve. A ideia é que, quando cheguem a este porto, os navios de cruzeiro possam desligar os motores e ligar-se a fontes de energia renovável - eólica, solar ou hidrogénio -, de forma a contribuir para a despoluição do rio Arade.
Na educação, a aposta da Comissão de Coordenação é o aumento de alunos em cursos técnicos superiores, estando pensados dois novos edifícios para a Universidade, em Faro e Portimão. Nesta altura, jovens da região com idades entre os 18 e 24 anos e a frequentar o ensino superior representam 24,5%, abaixo da média nacional.
Outro dos projetos para os quais há dinheiro de Bruxelas é a atualização do simulador de risco de sismos e tsunamis da Proteção Civil. O único existente no país, mas que foi concebido em 2008 e já se encontra desatualizado.
A CCDR considera que com o volume de fundos comunitários disponível até 2030, será possível transformar o território.