Artur Santos Silva lembra que muitas «fundações estão a cumprir uma missão que caberia ao Estado» e que os cortes às fundações põem em causa o papel filantrópico destas instituições.
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O presidente do Centro Português das Fundações está indignado com as decisões do Governo que vai acabar com quatro fundações e cortar total ou parcialmente os apoios a várias instituições.
No Fórum TSF, Artur Santos Silva considera que há critérios errados na avaliação de fundações e denúncia a inexistência de diálogo, tendo qualificado o processo que levou a estas decisões como «não correto e infeliz».
«Produziu danos e pode afetar muito o movimento fundacional, porque futuros fundadores, mecenas e apoiantes de fundações podem ficar muito desmotivados, bem como as pessoas, muitas delas que trabalham como voluntárias para as fundações», lembrou.
O também presidente da Fundação Calouste Gulbenkian lembrou que as «fundações estão a cumprir uma missão que caberia ao Estado» e que estes cortes põem em causa o papel filantrópico destas instituições.
Perante este papel filantrópico das fundações, Artur Santos Silva defende que é «perfeitamente justo que haja apoio do Estado para estas atividades, porque são apoios que ficam muito mais baratos ao Estado do que sendo ele próprio a exercê-lo».
O presidente do Centro Português das Fundações disse ainda não perceber os cortes feitos à Fundação de Serralves e Fundação Casa da Música, instituições «com papel muito relevante para a cultura, educação das pessoas e afirmação internacional do país».
«Foram postas em causa e estão garantidas por decreto-lei. Não percebo como isto se vai resolver», acrescentou Artur Santos Silva, que entende que deveria ter sido feito um estudo sobre as fundações públicas.
De acordo com Santos Silva, estas são «entidades que escondiam atividades do Estado Central ou das autarquias e que eram fundações totalmente identificadas com o Estado Central, autarquias e regiões».