Os centros de dia têm luz verde para reabrirem portas esta segunda-feira, mas a TSF encontrou várias instituições no Alentejo que se mantêm fechadas. Alegam que continuam à espera das instruções da Segurança Social, havendo ainda casos onde nem todos os idosos estão vacinados.
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O centro da dia da Terrugem, no concelho de Elvas, continua encerrado à espera das instruções da Segurança Social. O regresso dos utentes deveria ter ocorrido esta manhã, mas o vice-presidente da instituição, Herlander Coutinho, avisa que sem indicações técnicas não há lugar a facilitismos num lar onde um surto de Covid-19 provocou diversas mortes.
"Hoje é dia 5 e estamos a aguardar essa ordem, porque a ideia dos nossos idosos é virem", avança o dirigente, revelando que as famílias "têm pressionado para perceberem o que se passa. Veem na televisão que os centros de dia vão abrir dia 5 e nós temos que dar uma explicação a essas famílias para estarmos fechados", acrescenta.
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O cenário traçado pela Associação Beneficência Amigos da Terrugem repete-se em mais centros de dia alentejanos contactados pela TSF. Às instituições que aguardam visitas dos técnicos da Segurança Social juntam-se os casos de utentes que ainda não tomaram a vacina contra a Covid-19 e que devem manter-se nas suas casas.
Herlander Coutinho sabe que as carências dos idosos se têm avolumado pela Terrugem, mas avisa que a porta só vai reabrir quando todas as normas estiverem alinhadas. "Por mais que quiséssemos prestar o serviço que os nossos idosos necessitam, não podemos tomar uma medida dessas sem ter a ordem superior para abrir dentro da legalidade", justifica.
Com o centro de dia fechado há cerca de um ano, a instituição mantém até aos dias de hoje o apoio domiciliário, mas Herlander Coutinho sabe que os utentes têm outras necessidades que vão para lá da alimentação a tempo e horas.
"Eles sentem-se muito desprotegidos. Estão sozinhos em casa, 24 horas por dia, e aqui tinham a companhia dos outros utentes e dos funcionários, com todas as necessidades salvaguardadas", refere.
Desde o início da pandemia esta instituição do concelho de Elvas já viu o número de utentes ser reduzido de 25 para apenas sete pessoas. A maioria desistiu por opção dos familiares.