Consumo de álcool agravou-se nos últimos anos entre os mais novos.
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Portugal é um dos países europeus onde o consumo de álcool entre os adolescentes mais se agravou nos últimos quatro anos. Pelo contrário, no consumo de drogas a evolução tem sido positiva. A conclusão é de um estudo feito pelo Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência com base num inquérito aos jovens de 16 anos.
O Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), dependente do Ministério da Saúde, adianta que os novos números revelam que "Portugal destaca-se como um dos países onde, entre 2015 e 2019, se verificou uma evolução menos positiva no que diz respeito ao consumo de álcool".
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Um exemplo é o consumo precoce de álcool aos 13 anos onde Portugal fica "consideravelmente" acima da média europeia: 42% dos rapazes dizem que beberam pela primeira vez com essa idade, percentagem que desce para 39% entre as raparigas. Na quantidade de álcool ingerido na última ocasião de consumo Portugal regista dos valores mais altos na Europa.
As conclusões destacam igualmente que "Portugal é, a seguir a Espanha, o país com a maior percentagem (cerca de 60%) de consumidores" [com 16 anos] que na última vez que beberam álcool "preferiram bebidas destiladas, por oposição a cerveja ou vinho. Finalmente, a quantidade de álcool ingerido na última ocasião de consumo é a décima mais elevada entre os 35 países analisados no estudo e, pela positiva, Portugal está abaixo da média europeia nos "principais indicadores" relacionados com álcool, sobretudo no chamado consumo binge, problemático, no último mês, de várias bebidas alcoólicas ao mesmo tempo.
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Ao contrário do álcool, Portugal destaca-se em geral pela positiva na maior parte dos indicadores relacionados com o consumo de drogas, estando, por norma, abaixo das médias europeias, mesmo na cannabis, a principal substância ilícita consumida em todos os países europeus.
"Apesar disso", aqueles que consomem cannabis, em Portugal, "tendem a fazê-lo de forma mais problemática do que se verifica na maior parte dos outros países".