Cerca de 700 pessoas concentraram-se hoje, ao início da tarde, em frente à Assembleia da República, em Lisboa, para se manifestarem contra a fusão de freguesias, ao mesmo tempo que a medida é debatida pelos deputados.
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"Freguesias sim, extinção não" é o grito que, apesar da chuva, junta pessoas de todo o país.
Malaqueijo (concelho de Rio Maior), Montalvo (Constância), Cunha (Braga), Vila Verde (Vila Verde) e Alqueva (Portel) são algumas das freguesias hoje representadas com bandeiras e 't'shirts' e que vão desaparecer do mapa nacional, caso a reorganização administrativa do país seja aprovada na sexta-feira.
Dentro do Parlamento assistem ao debate vários manifestantes, incluindo dirigentes da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE).
Ainda em frente à Assembleia da República, o presidente da associação, Armando Vieira, disse aos jornalistas que pretende assistir ao debate como «cidadão, de olhos abertos disciplinadamente», admitindo juntar «milhares de manifestantes» numa manifestação a convocar para dia 22, em frente ao palácio de Belém.
Questionado sobre se o protesto das freguesias poderá ter impacto para que a lei de fusão das freguesdias não seja aprovada, Armando Vieira disse «a esperança é a última a morrer».
«Vamos usar todos os meios legais ao nosso dipor» para que a reforma não avance, disse o também presidente da junta de Oliveirinha (Aveiro), referindo-se à queixa que a ANAFRE pretende entregar em Bruxelas, segundo a qual o regime jurídico da reorganização administrativa territorial autárquica viola normas da Carta Europeia de Autonomia Local.
O parlamento discute hoje o projeto de Lei sobre a Reorganização Administrativa do Território das Freguesias, por agendamento da maioria PSD/CDS-PP, que contém o novo mapa com a redução de 1.165 destes órgãos autárquicos.