Em entrevista à TSF, a nova secretária-geral da CGTP aponta a necessidade do crescimento dos salários, negou qualquer crise no sindicalismo e pediu a "justíssima" condecoração da central sindical.
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Isabel Camarinha, a nova líder da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses -Intersindical Nacional (CGTP), defendeu, esta manhã, que o país tem todas as condições para proceder a aumentos salariais significativos e que estes podem mesmo contribuir para o crescimento da economia.
Em declarações à TSF, Isabel Camarinha afirmou-se defensora das negociações com o Governo, mas lembrou que o diálogo tem de ser consequente, caso contrário, a contestação social irá aumentar.
"Consideramos que o país tem todas as condições, as empresas têm todas as condições, é possível e necessário aumentar significativamente os salários dos trabalhadores", defendeu a secretária-geral da CGTP.
"Temos a reivindicação dos 90 euros de aumento salarial para este ano, porque isso irá contribuir para a melhoria da economia do país, para o progresso social no nosso país, e para criar condições para os trabalhadores terem uma vida digna - o que, com os salários que atualmente se praticam, não acontece", argumentou.
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Nesta entrevista à TSF, Isabel Camarinha falou ainda sobre uma eventual condecoração pelos 50 anos da CGTP, que considera que seria muito justa - 25 anos após a condecoração concedida pelo então Presidente da República, Mário Soares.
"A CGTP, certamente, é merecedora de uma condecoração", indicou a sindicalista, alegando que "desde a sua constituição, em 1970, [a central sindical] sempre esteve ao lado dos trabalhadores, sempre a defender os seus direitos e interesses".
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Questionada sobre se o sindicalismo está, nesta altura, a atravessar uma crise, Isabel Camarinha nega essa hipótese e garante que a CGTP continua a crescer enquanto central sindical.
"As 115 mil novas sindicalizações no mandato que terminou mostram bem que não há afastamento relativamente aos sindicatos da CGTP", frisou a dirigente sindical. "Há, pelo contrário, milhares e milhares de trabalhadores que continuam a aderir e a participar naquilo que é a nossa ação e intervenção nos locais de trabalho, na rua e onde seja necessário para defender os seus direitos", reforçou.
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