Arménio Carlos acredita que a CGTP pode dar "um salto significativo" em termos de recrutamento e sindicalização até ao próximo congresso.
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A CGTP conseguiu cerca de 86.000 sindicalizações entre 2016 e 2018 e elegeu 8.533 delegados sindicais e 1.273 representantes para a segurança e saúde no trabalho, o que resultou no aumento da receita de alguns sindicatos.
À TSF, o líder sindical Arménio Carlos explica que a organização acredita que pode dar "um salto significativo do ponto de vista do recrutamento e da sindicalização de mais trabalhadores num número significativo até ao final do ano" e, posteriormente, até ao próximo congresso da CGTP, que se realiza em fevereiro de 2020 no Seixal.
De acordo com um documento da CGTP, que vai servir de apoio a um encontro nacional que hoje se realiza em Lisboa, "a presente situação comporta resultados positivos, designadamente, no plano do reforço da organização e da sindicalização", mas "os ganhos são insuficientes para superar problemas e dificuldades decorrentes da desvalorização do trabalho e dos trabalhadores e da ofensiva contra os seus direitos e rendimentos".
"Os recursos financeiros do MSU são indissociáveis da sindicalização e do recebimento da respectiva quotização -- elemento estratégico que garante a sua independência -, pelo que é determinante intensificar a acção sindical integrada, reforçar a organização nos locais de trabalho e agir no imediato perante quaisquer situações de retenção patronal da quotização dos trabalhadores", defende a Intersindical no documento a que a agência Lusa teve acesso.
O documento de trabalho defende como prioridade não só a dinamização de mais sindicalização, e , por consequência, de mais receita de quotização, mas também o avanço "na discussão das questões financeiras, da gestão e aplicação dos recursos como prática regular e generalizada, com implementação de regras, mecanismos de gestão e medidas concretas para controlar e reduzir gastos internos e redimensionar e adequar o aparelho existente".
"A par da adoção de soluções que passam por instalações comuns, serviços técnicos, administrativos e de apoio à ação sindical partilhados, da centralização de alguns serviços e a descentralização de outros, é necessário continuar a investir em meios informáticos e em novas tecnologias, designadamente na área da informação e comunicação, assegurando a elevação da qualificação e o envolvimento, nas orientações sindicais e em medidas para a normalização de procedimentos em todos os serviços, dos trabalhadores sindicais, garantindo sempre uma rigorosa e transparente gestão financeira", diz o texto.
Para a CGTP, as alterações nos processos de gestão administrativa devem ter como preocupação melhorar a resposta dos serviços de apoio aos sócios e delegados sindicais.
No plano administrativo e financeiro, "a rentabilização e o uso racional dos recursos disponíveis e a redução de gastos continuam a ser prioridades centrais, com vista a uma gestão financeira cada vez mais criteriosa, com rigor e controlo da despesa e da receita de quotização, de forma a aumentar a capacidade de intervenção, influência, mobilização e luta sindical e garantir os meios para suportar o funcionamento da estrutura de forma autónoma e independente".