Arménio Carlos considera que é possível obter um valor maior com algum esforço por parte do Governo.
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O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, insiste que o montante de 50 milhões para aumentar os salários da função pública no próximo ano é insuficiente e defende que a atualização salarial deve abranger todos os trabalhadores do Estado.
O líder sindical foi esta quarta-feira recebido pelo grupo parlamentar do PSD e, antes de entrar, para a audiência, reconheceu que o Governo está aberto à negociação dos aumentos, mas sublinha que os valores que se conhecem não agradam, para já, à CGTP.
"Entendemos que, no quadro da discussão do Orçamento do Estado, este valor é insuficiente, deve ser aumentado e deve ter em consideração que todos os trabalhadores do Estado deram o seu contributo para prestar os melhores serviços públicos possíveis e, portanto, todos têm direito ao aumento dos salários. No que diz respeito à distribuição, naturalmente os sindicatos, e nomeadamente a Frente Comum, estará disponível para encontrar soluções que vão ao encontro daqueles que estão em situação mais fragilizada", assegurou Arménio Carlos.
Neste sentido, o secretário-geral da CGTP entende que o Governo tem alternativas e que pode melhorar a proposta.
"Está previsto, para o próximo ano, um encargo com as parcerias público-privadas no setor rodoviário de 1103 milhões de euros, e estamos a falar de algo que tem a ver com uma percentagem média de rendas para os privados na ordem dos 8%. Se se cortar e noutras áreas, com certeza que se vai arranjar disponibilidade financeira para responder a um momento estruturante, que é a resposta às necessidades dos trabalhadores da Administração Pública, pela via do aumento dos salários", considerou o líder sindical.