As centrais sindicais consideram que a medida do programa do Governo vai ainda empobrecer mais o país e atingir quem vive numa situação financeira frágil.
Corpo do artigo
O secretário-geral da CGTP considerou que o Programa do Governo é um programa de empobrecimento e de injustiças e que o corte de 50 por cento do subsídio de Natal é um «roubo».
Carvalho da Silva, secretário-geral da CGTP, considerou um «roubo» a intenção de cortar o equivalente a 50 por cento do subsídio de Natal. O sindicalista prometeu que «a CGTP vai fazer uma forte mobilização contra isto. Isto é um roubo».
«O Programa do Governo é o programa da 'troika' internacional e acerca do acrescento de hoje, anunciado no discurso do primeiro-ministro na Assembleia da República, temos duas palavras: É um programa de empobrecimento e injustiças», realçou o responsável, que participava num seminário sobre sindicalismo em Lisboa.
Já a UGT defendeu que a criação de um imposto especial, equivalente a metade do subsídio de Natal acima do salário mínimo, é «profundamente injusto», garantindo que a medida vai ser debatida no secretariado nacional, na quinta-feira.
«Estamos claramente contra, porque cortar no subsídio de Natal vai originar grandes problemas a muitas famílias que estavam à espera desse subsídio para pagar dívidas», disse hoje à Lusa o secretário-geral da UGT, João Proença.
João Proença realçou que «é bom lembrar que [a medida extraordinária] vai abranger centenas de milhares de pensionistas e de famílias que têm rendimentos muito próximos do rendimento mínimo».
Para o dirigente sindical, «esta medida deixa completamente de fora todos os rendimentos das acções, que normalmente nunca são declarados em sede de IRS porque pagam taxas liberatórias, deixa de fora os lucros das empresas, fica de fora tudo que são rendimentos de capital. Apenas abrange o rendimento do trabalho e dos pensionistas».