À entrada para a reunião da concertação social entre o primeiro-ministro e os parceiros sociais, os líderes das centrais sindicais voltaram a manifestar-se contra o agravamento da carga fiscal e cujas consequências são ainda desconhecidas.
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O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, reiterou, à entrada da reunião de concertação social, que o povo português tem direito à resistência, defendendo que o Governo deixou de ter legitimidade e que o país está a ir pelo mesmo caminho da Grécia.
«Este é o filme que já vimos há seis meses na Grécia e que agora se está a repetir em Portugal. E se não resultou na Grécia, não resulta em Portugal, só há uma coisa a fazer é o povo levantar-se e exercer o direito consignado no art. 21º da Constituição da República Portuguesa, que diz que o povo português tem direito a resistir a a todas as medidas ilegítimas que ponham em causa os seus direitos, liberdades e garantias», afirmou.
«Aquilo que este Governo está a fazer é uma medida ilegítima do ponto de vista moral e político. O primeiro-ministro e o ministro dos Negócios Estrangeiros ainda recentemente juravam a pés juntos que não iam aumentar os impostos, foi precisamente isso que não fizeram. Estão a aumentar os impostos e de uma forma brutal como nunca aconteceu em Portugal. [Por isso] não tem credibilidade nem qualquer espaço de manobra para continuar a governar», rematou Arménio Carlos.
No entanto, Arménio Carlos esclareceu que esta posição não é um apelo à violência.
Já o secretário-geral da UGT , João Proença, sublinhou que o Orçamento do Estado para 2013 representa uma inversão na lógica de consolidação orçamental através de dois terços de medidas do lado da despesa e um terço na receita.
Contudo, explicou João Proença, esta redução na despesa tem significado cortes em salários e prestações sociais, por isso é uma opção questionável.
«É uma evolução muito grande mas não significa que seja melhor cortar na despesa, ou seja, se este corte significar redução de efetivos, redução das prestações sociais, pior saúde e educação, de facto é muito questionável o corte na despesa. Portanto preocupa-nos muito e queremos saber quais são os objetivos claros em termos de redução da despesa», destaca João Proença.