A CGTP reagiu aos resultados eleitorais, com o seu secretário-geral, Arménio Carlos, a referir que o PS falhou a maioria absoluta pela sua insistência numa "política laboral que dá sequência à da direita".
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A CGTP considerou esta segunda-feira que "não foi por acaso" que o PS não teve maioria absoluta nas eleições legislativas de domingo e que isso se deveu à insistência numa "política laboral que dá sequência à da direita".
Em declarações aos jornalistas, no final da reunião da Comissão Executiva da CGTP-IN, em Lisboa, o secretário-geral, Arménio Carlos, considerou que o voto dos portugueses determinou a existência uma "correlação de forças na Assembleia da República que, independentemente de algumas alterações, continua a permitir que se possa avançar na resposta concreta aos problemas dos trabalhadores".
"A expressiva derrota do PSD e do CDS confirma que os trabalhadores e o povo não esqueceram e não querem voltar a ser confrontados com a política de cortes nos salários, pensões e direitos, com o empobrecimento laboral e o questionamento da soberania nacional", considerou também a central sindical.
Na perspetiva da CGTP, estão reunidas as condições necessárias para que o governo do PS procure encontrar soluções com os partidos à sua esquerda, nomeadamente PCP e Bloco de Esquerda, mas deve demonstrar "sensibilidade para ouvir aqueles que têm outros programas".
"A CGTP defende o entendimento relativamente a propostas concretas entre o PS e os partidos que estão à sua esquerda", disse o secretário-geral.
Arménio Carlos sublinhou a disponibilidade da central sindical para negociar as suas reivindicações, tais como o aumento de 90 euros nos salários de todos os trabalhadores, a fixação a curto prazo dos 850 euros para o salário mínimo nacional e o aumento geral das pensões.
"Estamos disponíveis para negociar, mas é preciso que a outra parte nos dê uma resposta", reiterou o secretário-geral.
A CGTP vai solicitar já na terça-feira reuniões com todos os grupos parlamentares para discutir eventuais compromissos quanto à implementação da sua política reivindicativa para 2020.
No dia 11 de outubro vai ter lugar um Encontro Nacional de Ativistas Sindicais, na Academia Almadense, onde é esperada a presença de cerca de 800 dirigentes, "para dinamizar a luta reivindicativa nos setores privado e público e preparar a intervenção sindical no quadro da discussão do próximo Orçamento do Estado".