O líder da CGTP acusou o Presidente da República de ser «tão responsável como o Governo» ao desrespeitar o Tribunal Constitucional e autorizar o pagamento do subsídio de férias aos funcionários públicos só em novembro.
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«O Presidente da República é tão responsável como o Governo por aquilo que se está a passar em Portugal e, particularmente, por esta medida que é inaceitável, que põe em causa os direitos dos trabalhadores da administração pública e que acaba por fragilizar a própria economia», afirmou à agência Lusa Arménio Carlos.
O líder da central sindical acrescentou que seria uma medida «que iria ajudar as famílias a ganhar um pouco mais de poder de compra e consumirem mais, ajudando a dinamizar a economia».
«O senhor Presidente da República, neste momento, em vez de ser uma figura que garante equidistância, é neste momento um Presidente da República que se tornou num problema a acrescentar aos outros problemas que o Governo nos trouxe», sublinhou.
O secretário-geral da CGTP condenou a promulgação pelo Presidente da República da proposta de lei que vem autorizar o pagamento do subsídio de férias aos funcionários públicos em novembro, em vez de junho, como era habitual.
«Não se trata de um problema económico ou financeiro, trata-se de uma opção política com uma marca clara e inequívoca de afronta, de desrespeito, de perseguição aos trabalhadores da administração pública», disse.
Arménio Carlos lembrou também que a decisão «desrespeita uma decisão do Tribunal Constitucional que assumiu que era necessário pagar o subsídio de férias aos trabalhadores da administração pública no tempo e no momento adequado».
Defendeu, por isso, que o pagamento só em novembro é «mais um argumento» para os trabalhadores aderirem à greve geral do dia 27.