"Chaga" aberta que ameaça o arranque do ano letivo: Fenprof desafia Governo a negociar o "problema mais urgente" na Educação
À TSF, o secretário-geral da Fenprof José Feliciano Costa lembra que a revisão dos estatutos torna a carreira de docente "mais atrativa", e isso permitiria resolver o "problema mais urgente" da Educação: a falta de professores
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A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) pede ao Governo que comece, com a máxima "urgência", a negociar o novo estatuto da carreira docente.
A Fenprof considera que se trata de uma questão que tem impacto direto num dos maiores problemas do setor: a falta de professores. O secretário-geral José Feliciano Costa teme consequências no arranque do novo ano letivo.
"Quanto mais depressa começarmos a resolver o problema do estatuto e terminar esta negociação da revisão do estatuto, no sentido de tornar a carreira mais atrativa, mais depressa resolvemos este problema, que é uma chaga", argumenta.
Em declarações à TSF, José Feliciano Costa lamenta que o ano letivo 2025/2026 seja aberto, em setembro, com "os mesmos problemas" do costume, mas "mais agravados". O secretário-geral lembra que vão ser muitos os jovens que vão realizar exames nacionais, sem que tenham tido professor a essa disciplina.
"Temos exemplos de várias escolas, conhecemos. Isso não pode acontecer. É um problema complexo e que tem de ser resolvido com a máxima urgência, entre outros problemas, que o setor educativo também tem. Mas este é o problema, talvez, mais urgente, porque está ligado à valorização da carreira", insiste.
O Governo de Luís Montenegro foi empossado apenas esta quinta-feira, mas a Fenprof já tem uma série de exigências para levar a uma primeira reunião com o Ministério da Educação, que continua na tutela de Fernando Alexandre.
As medidas passam, desde logo, pela valorização da carreira, dos índices salariais, pela diminuição do tempo de duração da chegada da base ao topo, pela resolução do "problema" da avaliação de desempenho, para que perca a sua componente "punitiva". Mas também pelos horários de trabalho, que são "um dos grandes problemas nas escolas e fator também de burnout".
"Temos estudos que dizem que, em média, as pessoas trabalham mais de 50 horas por semana. Mas é a questão de aposentação. Somos uma classe docente envelhecida", sublinha.
É com esta nota que advoga também pelo reconhecimento de que ser docente é "uma profissão de desgaste", algo que deve ser refletido na diminuição do tempo de aposentação.
As ideias estão em cima da mesa, mas, para já, ainda não há qualquer encontro marcado entre a Fenprof e o novo Executivo.
