Champalimaud e Philips celebram parceria para reduzir a pegada carbónica na indústria da saúde
Para a Fundação, a área da saúde "tem uma grande oportunidade de combater as alterações climáticas". A parceria pretende garantir a redução da necessidade de utilizar novos recursos e reciclar os materiais já existentes.
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A Fundação Champalimaud e a Philips celebram esta quinta-feira uma parceria que permitirá reduzir em 50% a pegada carbónica dos equipamentos de imagiologia da fundação em apenas cinco anos. A cerimónia, marcada para as 15h30, vai ser presidida pelo primeiro-ministro, António Costa.
"Se o setor da saúde fosse um país, seria o quinto maior poluidor do planeta", pode ler-se num comunicado. De acordo com a Fundação, os sistemas globais de saúde emitem mais gases poluentes do que a aviação ou a indústria naval. Nos países industrializados esse valor está mais próximo de 10% das emissões nacionais.
O projeto está avaliado em sete milhões de euros e o vice-presidente da Fundação Champalimaud, João Silveira Botelho, garante que só serão gastos na totalidade se o fabricante conseguir tornar as máquinas novas menos poluidoras.
"Da parte da Fundação vai haver um investimento à volta dos sete milhões de euros, que será ou não realizado na totalidade. Se ao fim de cinco anos se verificar que não foram atingidos os 50% por causa da substituição de máquinas, reduzimos este investimento em dois milhões de euros", esclareceu.
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À TSF, João Silveira Botelho sublinha que a redução da pegada carbónica tem de ser feita sem diminuir a eficácia, segurança e a qualidade das máquinas e os resultados clínicos que elas produzem.
"Não viemos buscar benefícios fiscais nem apoios do PRR. Isto é tudo feito de uma forma completamente isolada por todas as instituições em termos de financiamento, é financiamento próprio para realizar este protocolo. Isto, evidentemente, sem prejudicar nestes resultados a qualidade clínica dos equipamentos", explicou à TSF João Silveira Botelho.
O vice-presidente da Fundação Champalimaud explica que o setor da saúde é, ironicamente, um dos mais poluidores da economia.
"É importante chamar a atenção de que o setor da saúde tem de ter aqui uma responsabilidade social. É um dos grandes responsável pelas emissões de CO2 e tem de reduzir a pegada carbónica", alertou.
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A cooperação entre a Fundação Champalimaud e a Philips é baseada em três pilares - EcoDesign, Economia Circular e Eficiência Energética -, desenhados para atingir os objetivos do projeto: garantir a redução da necessidade de utilizar novos recursos e reciclar os materiais permitindo que tenham um tempo de vida mais longo.
Os novos equipamentos vão permitir melhorar o diagnóstico e o desenvolvimento de soluções de visualização de imagem e tecnologia de intervenção minimamente invasiva, proporcionando um diagnóstico, tratamento e investigação mais rápidos e mais precisos.
Além de reconhecer o impacto no meio ambiente, a parceria pretende mostrar que a saúde humana e ambiental estão interligadas: "Este setor tem uma grande oportunidade de combater as alterações climáticas."