Urgência a rebentar pelas costuras. Demissões aconteceram, no final de janeiro, mas só agora foram divulgadas pela secção regional do centro da Ordem dos Médicos, que pede "intervenção imediata" e diz que Conselho de Administração conhecia os problemas.
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Os chefes da urgência de medicina interna do Hospital de Leiria que se demitiram alegam que já não existem condições mínimas para o desempenho das suas funções. Os clínicos entendem que há situações de falta de segurança para os doentes.
O presidente da secção regional centro da Ordem dos Médicos diz, à TSF, que a urgência do hospital de Leiria atingiu o limite e que o serviço só não fecha devido ao esforço de todos os médicos que lá trabalham.
"Há uma falta muito grave de recursos humanos muito grave naquela urgência. Por vezes os médicos, na passagem de turno recebem 90 a 100 doentes, quando há na medicina interna, no máximo, três médicos especialistas. A situação é grave. Deixar as coisas como elas estão vai colocar certamente em perigo quem pode precisar daquela urgência. É precisa uma intervenção imediata".
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Por isso, Carlos Cortes pede um plano de emergência que garanta um reforço de pessoal.
"O plano de emergência significa que não podemos continuar com esta irresponsabilidade de não resolver imediatamente estes problemas. O Conselho de Administração terá de tomar a decisão (de contratar mais médicos). A Ordem dos Médicos já pediu uma reunião urgente com o presidente do Conselho de Administração e a diretora clínica".
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O presidente da secção regional centro da Ordem dos Médicos acrescenta que o Conselho de Administração estava a par da situação "grave" que se vive nas urgências.
Carlos Cortes sublinha que "os problemas foram comunicados por todos os médicos que fazem aquela urgência, através de declarações de responsabilidade. Os médicos preencheram 159 declarações de responsabilidade, onde, por um lado, afirmam o seu empenho na prestação dos cuidados de saúde, mas chamam a atenção superior para as graves deficiências que existem", remata.
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