Duas semanas depois de ter ganhado a primeira estrela Michelin, a TSF entrou na cozinha do chef Diogo Rocha, responsável pelo restaurante Mesa de Lemos, em Viseu.
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O Solar do Vinho do Dão, em Viseu, abre esta sexta-feira as portas para aquela que é a quinta edição do festival literário Tinto no Branco. No ano em que a cidade se afirma como destino nacional da gastronomia, o mundo da cozinha não podia faltar ao evento.
Diogo Rocha, chef viseense que há duas semanas conquistou uma estrela Michelin, é um dos convidados de honra. O cozinheiro vai apresentar a mais recente obra "Queijaria do Chef".
A TSF esteve à conversa com Diogo Rocha que confessa ainda não ter recuperado do "choque" de ter conquistado a primeira estrela para o restaurante Mesa de Lemos que chefia desde 2014.
"Há coisas que não se recuperam assim tão facilmente. Não é duas semanas que se tem a capacidade, quer física, quer mental, para conseguir recuperar de um impacto tão grande quer no restaurante, quer na nossa vida", diz.
O espaço de restauração localizado em Passos de Silgueiros agora está sempre cheio e de todo o mundo choveram reservas. Diogo Rocha garante que a estrela não mudou em nada a filosofia e o modo de trabalhar do restaurante, que tem lugar para 25 pessoas.
Para além de homem de cozinha, este chef premiado é também autor. Há três anos decidiu aventurar-se no mundo dos livros, lançando a obra "Hoje Diogo Rocha".
"A escrita surge de um sonho meu de deixar um legado. Nós, cozinheiros, de alguma maneira queremos que quando uma pessoa olha para um prato, um menu, que identifique um determinado chef e estilo e isto é sinal de que estamos a fazer escola", explica.
Três anos depois da primeira incursão na escrita, o também autor decidiu lançar mais uma publicação: "Queijaria do Chef".
"Precisamos de afirmar que os nossos queijos são tão bons ou melhores do aquilo que se faz no mundo. Quisemos mostrar que há uma produção no país inteiro", salienta, acrescentando que a ideia é que a obra seja uma espécie de "guia".
Um guia que Diogo Rocha promete atualizar dentro de 20 anos. Quanto a novos livros, o cozinheiro deixa escapar que não serão necessários mais três anos para lançar mais uma obra, mas escusa-se a revelar qual vai ser a nova temática a abordar.
Ao chef e autor Diogo Rocha vão juntar-se no festival literário de Viseu outros escritores, como o inglês Jonathan Coe, a uruguaia Carmen Posadas, o cabo-verdiano Germano Almeida ou o português Afonso Reis Cabral.
"Este ano recebemos um firmamento de referências" literárias, sublinha o vereador da Cultura na Câmara de Viseu, Jorge Sobrado.
São ao todo 30 os eventos distribuídos pelos três dias de Tinto no Branco, com 24 horas de propostas, espetáculos e mesas literárias, com a participação de 28 escritores e mais de 20 produtores de vinhos do Dão.
O festival é acompanhado de um cartaz musical, em que se realça as atuações das bandas portuguesas The Happy Mess e The Black Mamba.