Chega acusa Governo de "não estar a fazer a sua parte" pelos professores e pela escola pública
Gabriel Mithá Ribeiro afirmou estar na manifestação "a titulo pessoal, por ser professor", mas admitiu que não se pode "desligar de ser membro do Chega".
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O deputado do Chega Gabriel Mithá Ribeiro marcou este sábado presença na manifestação nacional de professores, em Lisboa, e defendeu que estes profissionais "querem soluções a sério", mas o Governo "não está a fazer a sua parte".
Em declarações à agência Lusa, o deputado indicou que, "na substância", esteve na manifestação convocada pela Fenprof "a titulo pessoal, por ser professor" e para acompanhar a sua mulher, mas admitiu que não se pode "desligar de ser membro do Chega".
O deputado, que foi vice-presidente do partido, mas demitiu-se no ano passado, considerou que "o Governo claramente não está a fazer a sua parte" no que toca a atender às reivindicações desta classe.
Gabriel Mithá Ribeiro defendeu que o enfoque está "muito na questão laboral, e é absolutamente fundamental", embora salientando que "há todos os problemas culturais, psicológicos, sociais que não estão a ser olhados".
"Não é normal um protesto tão denso e durante tanto tempo dos professores, se tem esta dimensão é porque querem soluções a sério", salientou.
O deputado assinalou que o Chega tem "propostas concretas para os problemas salariais que os professores enfrentam" e anunciou que o partido vai entregar no parlamento "nos próximos dias uma grande reforma do ensino" para "mudar o estatuto do aluno e ética escolar", tendo marcado para terça-feira uma conferência parlamentar com o tema ""A crise do Ensino em Portugal: que reforma?".
Gabriel Mithá Ribeiro apontou que este estatuto "é responsável pelo agravamento da indisciplina e violência nas escolas" e indicou que o Chega quer, entre outras, flexibilizar a expulsão dos alunos nas aulas e passar a "burocracia para o lado do prevaricador".
Também o Livre marcou presença na manifestação. Em declarações à agência Lusa, Isabel Mendes Lopes, membro da Assembleia do partido, defendeu que as "reivindicações dos professores e dos profissionais da educação são justas e tardam em ser resolvidas".
"É mais do que tempo de atender às reivindicações", salientou.
A dirigente do Livre, partido representado na Assembleia da República pelo deputado Rui Tavares, apontou que estes profissionais "têm sido castigados nos últimos muitos anos" e salientou o "esforço incrível que a escola pública fez para acompanhar os alunos durante a pandemia".
Milhares de professores começaram cerca das 15:20 a descer a Avenida da Liberdade, em Lisboa, em direção ao Terreiro do Paço, a exigir "respeito", numa marcha encabeçada pelo secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira.
A manifestação é convocada pela Fenprof, que espera a presença de cerca de 100 mil pessoas, mas conta também com a participação da Federação Nacional de Educação (FNE) e outras sete organizações sindicais, bem como da Associação de Oficiais das Forças Armadas e de representantes da PSP.
O Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP), que ainda tem uma greve a decorrer nas escolas, não faz parte dos organizadores, também marcou presença.