Chega entrega moção de censura na próxima semana. Quer dar "munição" a Marcelo para fazer cair Governo
Ventura espera que partidos deem sinal ao Presidente da república um sinal de que a maioria socialista está sozinha e é preciso um novo Executivo após as eleições europeias.
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O Chega vai entregar, na sexta-feira da próxima semana, uma moção de censura ao Governo, na Assembleia da República. A revelação foi feita por André Ventura, que assume que, mais do que ao Parlamento, é ao Presidente da República que quer deixar uma mensagem.
O líder do Chega fala na existência de um "pré-acordo" para que, depois de entregue, dia 15 de setembro, a moção seja discutida na terça-feira seguinte, dia 19 - mas a data não está ainda garantida.
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"O cenário expectável é que [a moção de censura] seja submetida sexta-feira [dia 15], primeiro dia da sessão legislativa, que uma Conferência de Líderes defina o modelo e os detalhes finais da discussão (...) em que estará presente todo o Governo e que (...) a discussão seja agendada extraordinariamente para terça-feira, na parte da tarde, com a presença, naturalmente, do sr. Primeiro-ministro", esclareceu André Ventura, esta sexta-feira, em conferência de imprensa.
A apresentação da moção, explica o líder do Chega, deve-se à "desorientação do Governo" - em casos como a Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP e os conflitos que ocorreram no Ministério das Infraestruturas, mas também os sucessivos "casos e casinhos" a envolver vários governantes - mais recentemente, atingindo a Defesa, com o ex-secretário de Estado Marco Capitão Ferreira -e ainda o estado da Saúde e da Habitação.
"Esta moção de censura é mais para o país e para o sr. Presidente da República do que para o Parlamento", assume André Ventura. "O desafio que deixo com esta moção de censura é claro: que todos os partidos, da direita à esquerda, todos aqueles que nos últimos anos e nos últimos meses têm apontado as falhas graves que o Governo tem cometido" deem a Marcelo Rebelo de Sousa "a noção de que já só o Partido Socialista suporta este Governo, por força de uma maioria absoluta artificial e sem ligação ao país real", declarou.
"Daremos ao Presidente da República a munição política de que precisa para compreender que, eventualmente, depois das eleições europeias, este Governo deve ser demitido e deve ser dada aos portugueses a oportunidade de se voltarem a pronunciar", sublinhou André Ventura.
O presidente do Chega admite ainda não ter conversado com outros partidos sobre a moção de censura, mas avança já aquilo que espera dos sociais-democratas. "Se o PSD votar contra a moção de censura, acho que percebemos que o PSD já não se chama PSD", ironiza Ventura. "É o Partido Socialista 2." E se, em vez de voto contra, optar pelo abstenção? A leitura, para André Ventura, é só uma: é a cara de uma "oposição frouxa e fraca".