O Mosteiro de Santa Clara a Velha voltou a reabrir ao público, esta manhã, depois de ter estado encerrado desde a segunda cheia de que foi alvo no inverno passado, a 13 de fevereiro.
Corpo do artigo
Os técnicos estiveram em limpezas e a fazer contas ao prejuízo e a DRCC - Direção Regional de Cultura do Centro em negociações com a EDP.
Após a primeira cheia, a 11 de janeiro, a diretora regional, Celeste Amaro, culpou a EDP pelas descargas abusivas da barragem da Aguieira e desde então já conseguiu sentar-se à mesma mesa, por duas vezes. Contudo, até agora, ninguém assume responsabilidades.
Além do edifício do Mosteiro de Santa Clara a Velha e dos danos arqueológicos, três elevadores do Museu e do Centro Interpretativo não funcionam, não existe corrente elétrica para assegurar o programa cultural do Mosteiro, como os concertos noturnos, não há gás e a visita dos turistas é condicionada.
Da EDP, Celeste Amaro, da DRCC, garante que há abertura, há diálogo, mas não há conclusões. "Estamos a apurar e a negociar alguma intervenção, até monetária da EDP, aqui. Ainda vai demorar algum tempo". Das reuniões mantidas ainda não consegue dizer se o cenário era evitável ou não, "ainda não chegámos a uma conclusão".
Celeste Amaro questiona ainda as obras do projeto Pólis, na envolvente do Mosteiro, que nunca foram concluídas. Feitas as contas, os prejuízos vão ficar entre os 500 e os 600 mil euros. Água de 5m de altura na primeira cheia, e de 3,5m na segunda.
A diretora regional garante que alguém já saiu a perder. "Mesmo a culpa não morrendo solteira, já vamos fazer aqui investimentos públicos grandes. E isso pode dizer-nos que a culpa morre solteira, porque há candidaturas a fundos comunitários e isso obriga a um esforço de 15% dessa verba por parte da administração pública, neste caso da cultura", acrescenta.
Celeste Amaro deixa o aviso para o caso de voltar a haver cheias, depois das obras de restauro e da mudança das máquinas de extração de água do Mosteiro, que está abaixo do nível das águas do Mondego. "Se houver, a diretora regional e os técnicos podem-se demitir porque somos todos incompetentes", alerta.
O investimento de 600 mil euros que será feito, de futuro, pressupõe que não voltem a ser encontradas lampreias a nadar nos claustros do Mosteiro, como aconteceu no passado mês de fevereiro.