
João Semedo, do BE
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João Semedo considerou anti-democrática a proposta da moção B para consagrar nos estatutos a figura de coordenador da comissão política do Bloco de Esquerda.
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Durante o debate das propostas de alteração, João Semedo, candidato à liderança do partido com Catarina Martins, fez uma intervenção crítica da proposta de consagrar um modelo de coordenação, afirmando que o Bloco de Esquerda (BE) «não é um partido com padrinhos, com famílias, com dinastias».
O deputado considerou que a proposta «não é nem democrática nem assegura a transparência do modelo de direção», porque «o coordenador do BE não é um órgão de direção», nem tem «direitos diferentes de qualquer outro dirigente».
Pela moção B, Francisco Colaço acusou a lista da direção de ter «medo de coisas claras» ao rejeitar esta consagração estatutária. «Não queremos a política do que dá jeito, nós queremos os princípios do republicanismo, não temos medo, definição clara porque não nos servem coisas que dão jeito no momento», afirmou, tendo sido secundado por mais de uma dezena de outros militantes.
Na VIII Convenção do BE foi ainda chumbada a proposta da moção B, não afeta à direção do partido, para restringir o voto por correspondência dos militantes.
Também foi chumbada uma proposta da moção A que dizia respeito à limitação para quatro mandatos do exercício de cargos de direção política nos órgãos nacionais, regionais, distritais e concelhios do partido.
Aprovada foi a proposta da atual direção do BE para que o secretariado nacional e das comissões coordenadoras concelhias, distritais e regionais a ser eleitos sejam «sempre renovados em pelo menos um terço dos membros». Os seus membros ficam ainda limitados a «dois mandatos consecutivos».