O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, diz que só com unidade entre os partidos vinculados ao programa de ajuda externa será possível poupar sacrifícios aos portugueses.
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Num claro recado ao Partido Socialista - cujo secretário-geral, António José Seguro, afirmou no domingo que o Governo não tem condições para retirar o país da «alhada» em que se encontra -, Durão Barroso sustentou que não podem prolongar-se «os sacrifícios que já estão a ser suportados pelos portugueses».
«É por isso que faço mais uma vez um apelo a que as diferentes instituições da República Portuguesa e as principais forças políticas, nomeadamente aquelas que estão, de um modo ou de outro, vinculadas à execução do programa [de ajustamento]: deem as mãos para que se possa ter sucesso», disse.
«Cá fora, o que se vê é o país, é Portugal no seu conjunto. E o que interessa aos parceiros de Portugal, nomeadamente aos países da zona euro - no final, são eles que tomam as decisões - é saber se em Portugal há ou não a vontade para respeitar os compromissos assumidos e se há determinação nacional no sentido de cumprir esses mesmos compromissos», afirmou José Manuel Durão Barroso, em declarações à imprensa.
O presidente da Comissão Europeia reafirmou ainda o apoio de Bruxelas à extensão das maturidades nos empréstimos concedidos pela UE a Portugal, mas reiterou que a decisão pertence «aos ministros das Finanças de todos os governos da zona euro».
«Mas nós pensamos que essa decisão deve ser tomada o mais cedo possível, que isso facilitará a perspetiva de retorno aos mercados de Portugal e reforçará a credibilidade do programa de ajustamento, apoiando assim os esforços notáveis feitos por Portugal nos últimos tempos», sublinhou.
Os ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo) reúnem-se informalmente esta sexta-feira, a que se segue o fórum dos da UE (Ecofin), em Dublin.