A chuva que caiu nos últimos dias deixou a barragem cheia.
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A barragem do Alqueva está a 72 centímetros do seu nível pleno de armazenamento.
"Não é o seu nível máximo", garante o presidente da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA).
José Pedro Salema esclarece que a albufeira está planeada para suportar água até à cota máxima de 153 e está nesta altura pouco acima de 151. No entanto, perante esta situação, a EDIA estabeleceu um nível de alerta mais elevado e garante estar a monitorizar o caudal dos afluentes e a subida de nível.
"Se houver necessidade, atua-se nos orgãos de segurança da barragem que são os descarregadores".
No entanto, o responsável pela EDIA acredita que não haverá qualquer situação de cheias.
"Este fim de semana já houve algumas descargas devido aos caudais do Rio Ardila que chega à barragem de Pedrogão, e não houve registo de ocorrências", assegura. "Se fizermos alguma operação de descarga, avisaremos todos os canais competentes, a proteção civil, as entidades que têm responsabilidade sobre o rio a jusante", adianta.
José Salema considera que o principal risco são as pessoas que podem estar nas margens a pescar ou a utilizar o rio para outros fins e possam ser surpreendidas pela subida dos caudais.No entanto, considera que será difícil acontecer uma situação idêntica.
Para que a seca que atinge o Algarve seja minimizada, está a ser estudada uma ligação ao Rio Guadiana na zona do Pomarão, que ajudaria a abastecer as barragens do sotavento algarvio.Mas José Pedro Salema tem mostrado alguma reticências a essa possibilidade. Numa situação de abundância de água não será problema, mas receia que em anos de seca a situação se complique.
"Se exigirem ao sistema de Alqueva que descarregue mais água para alimentar essa captação, isso pode ser um problema".
No entanto, não seria essa a situação atualmente.
"Neste momento o caudal abaixo do Pulo do Lobo serão 100 metros cúbicos por segundo", concretiza. "As bombas que Portugal está a pensar instalar e as que Espanha instalou provisoriamente não chegam a 10 metros cúbicos por segundo, é um décimo do caudal que neste momento está a passar no Guadiana", esclarece. "Nestes cenários, com estes caudais não há problema nenhum,(...) o problema é quando a situação for inversa, é quando tivermos a passar poucos metros por segundo e quisermos retirar do rio mais do que isso", afirma.
O maior volume de água da Barragem do Alqueva vai para o regadio,mas a albufeira abastece também as cidades de Évora e Beja, bem como o perímetro industrial de Sines, num total de 250 mil pessoas.