Mais de uma dezena de desalojados e várias culturas com perdas quase totais é o resultado do mau tempo que atingiu, quinta-feira, os distritos de Viseu e Vila Real. Autarquias pedem ajuda ao governo.
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A forte chuva e granizo que quinta-feira atingiu localidades dos distritos de Viseu e Vila Real fez estragos em várias culturas e deixou famílias desalojadas.
Em Tabuaço, distrito de Viseu, o mau tempo causou 11 desalojados. Ouvido pela TSF, o presidente da Câmara, Carlos Carvalho, fala numa "tempestade bastante violenta de que não há memória".
O autarca descreve um cenário de muros derrubados, estradas cortadas, inundações em habitações que desalojaram onze pessoas, para além de outras cinco que tiveram de abandonar a sua casa devido à queda de um raio que destruiu o sistema elétrico e deixou a casa sem condições de habitação.
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As quatro famílias que ficaram desalojadas dormiram a última noite em casa de familiares e, segundo o autarca, vão tentar regressar a casa esta sexta-feira.
A tempestade causou ainda perdas quase totais na agricultura. Os prejuízos ainda estão a ser calculados, referiu o presidente da câmara de Tabuaço, que entretanto escreveu ao governo a solicitar a declaração do estado de calamidade para ajudar os agricultores.
Em Tarouca, distrito de Viseu, também há estragos a registar devido à intempérie de ontem. Ouvido pela TSF, o presidente da Câmara, Valdemar Pereira, fala em "efeitos desastrosos" na agricultura do concelho, nomeadamente no pomar, vinha, olival e baga do sabugueiro.
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"Foi um temporal de granizo que nunca vi, com pedra tão graúda como a que caiu e que danificou precisamente a maior parte daquilo que eram os pomares e a vinha", contou.
Ainda sem dados oficiais dos prejuízos, Valdemar Pereira também já solicitou o estado de calamidade para ajudar os agricultores.
Em Armamar (Viseu), o granizo destruiu a maioria dos pomares de maçã do concelho. José Osório, presidente da Associação de Fruticultores de Armamar, fala em perdas que podem chegar aos 30 milhões de euros. José Osório diz que há uma centena de produtores afetados, num total de 800 hectares.
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Em Vila Real, depois da chuva forte que se fez sentir ao final da tarde de quinta-feira, a noite foi bem mais tranquila.
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Ouvido pela TSF, o presidente da autarquia transmontana, Rui Santos, descreveu "um fenómeno nunca visto", com várias inundações e derrocadas. Os bombeiros não tiveram mãos a medir na ajuda à população mas não ficou ninguém desalojado.
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A autarquia vai agora fazer o levantamento dos prejuízos. Rui Santos admite recorrer à ajuda do governo para fazer face aos estragos, em particular no setor da agricultura.