Chuva e vento: Proteção Civil regista 71 ocorrências durante a noite, Península de Setúbal e Algarve são regiões mais afetadas
Em declarações à TSF, o comandante Elísio Pereira refere que a maioria das ocorrências deveu-se a inundações
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A chuva e o vento fortes vão continuar a fazer-se sentir um pouco por todo o território de Portugal continental. Na segunda-feira, a Proteção Civil emitiu um alerta à população para o agravamento do estado do tempo, alerta esse que deve manter-se até ao final do dia desta quarta-feira. Em declarações à TSF, o comandante Elísio Pereira, da Autoridade Nacional de Proteção Civil, adianta que foram registadas 71 ocorrências durante esta madrugada, sendo as regiões do Algarve e da Península de Setúbal as mais afetadas.
"Desde a meia-noite até às 07h00 de hoje [quarta-feira], registaram-se 71 ocorrências relacionadas com o temporal", explica à TSF Elísio Pereira, sublinhando que a maioria das ocorrências deveu-se a inundações, sobretudo, na Península de Setúbal e no Algarve.
Questionado sobre eventuais danos materiais ou humanos, o comandante adianta que na zona de Alcácer e da Comporta houve queda de árvores numa estrada nacional, "atingindo alguns cabos de comunicações e de energia elétrica".
Com base nas previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) relativamente à depressão GAROE, que tem afetado a Madeira e os Açores desde há dois dias e que se deslocou para o continente, a Proteção Civil avisou para situações de "precipitação, por vezes forte, acompanhada de trovoada e ocasionalmente granizo", até esta quarta-feira, em especial nas regiões centro e sul e no litoral norte.
Esta situação poderá ser acompanhada por vento do quadrante sul, com rajadas até 75 quilómetros/hora (km/h) no litoral e terras altas, bem como agitação marítima a partir de terça-feira na costa ocidental e a sul do cabo Carvoeiro, incluindo o barlavento algarvio, com ondas até 5,5 metros.
Face a estas previsões do IPMA, a ANEPC alerta para a eventual ocorrência de inundações em zonas urbanas, causadas por acumulação de águas pluviais, por obstrução dos sistemas de escoamento ou por galgamento costeiro, assim como de cheias, potenciadas pelo transbordo do leito de alguns cursos de água, rios e ribeiras.
Alerta igualmente para a instabilidade de vertentes, conduzindo a movimentos de massa (deslizamentos, derrocadas e outros) motivados pela infiltração da água, fenómeno que pode ser potenciado pela remoção do coberto vegetal na sequência de incêndios rurais ou por artificialização do solo.
A ANEPC recomenda também cautela com o piso rodoviário escorregadio devido à possível formação de lençóis de água e com possíveis acidentes na orla costeira, devido à forte agitação marítima.
Não praticar atividades relacionadas com o mar, nomeadamente pesca desportiva, desportos náuticos e passeios à beira-mar, evitando ainda o estacionamento de veículos muito próximos da orla marítima e a adoção de uma condução defensiva, reduzindo a velocidade e tomando especial atenção à eventual formação de lençóis de água nas vias rodoviárias, são outras das recomendações.
A ANEPC recomenda ainda à população para não atravessar zonas inundadas, de modo a precaver o arrastamento de pessoas ou viaturas para buracos no pavimento, ou caixas de esgoto abertas e para estar atenta às informações da meteorologia e às indicações da Proteção Civil e das Forças de Segurança.
