Chuva que caiu durante dois dias no Algarve dá para abastecer um terço da região durante um ano

A chuva que caiu no início da semana trouxe alívio a uma região que tem visto o nível das barragens descer dia após dia. Em declarações à TSF, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) garante que o resultado já se nota. As chuvas “permitiram recuperar as barragens, passámos de 34% para 41%, é um bom número”, afirma.

Pimenta Machado adianta que as chuvas que caíram em dois dias equivaleram a 31 hectómetros cúbicos, sendo que, “grande parte (23 hectómetros cúbicos), são das barragens do Sotavento e oito hectómetros cúbicos do Barlavento”. No Sotavento, a albufeira de Odeleite está com 60% da sua capacidade e a de Belichecoma 49%. No Barlavento, o encaixe foi menor, com a Barragem de Odelouca (a maior da região) a ter 33%, Funcho 40% e a barragem da Bravura apenas 13%.

Os 31 hectómetros cúbicos que foi possível encaixar só nestes dois dias representam quase um terço da água que a região necessita anualmente, tanto para abastecimento público como para todos os setores da economia, incluindo a agricultura. No ano passado, a empresa Águas do Algarve estimou que as necessidades de água de superfície no Algarve ascendiam a 111 hectómetros cúbicos – 70 para abastecimento público, 25 para a agricultura, quatro de caudal ecológico e 12 na evapotranspiração.

Como a água ainda continua a correr nas ribeiras a caminho das barragens, o presidente da APA acredita que nos próximos dias as albufeiras ainda podem encher mais, assim como podem recuperar os aquíferos da região que se encontravam em níveis muito críticos, abaixo dos 20%. No entanto, o apelo continua a ser apostar na poupança e mostrar cautelas.

”Estamos melhores, mas é preciso manter o caminho de poupança até que os projetos do PRR, a central de dessalinização, a tomada de água no Pomarão e todos os projetos na área da eficiência da água possam ter resultados”, afirma.