O desenvolvimento das redes energéticas europeias, a estratégia da UE para a promoção do crescimento económico e o combate ao desemprego, em particular o dos jovens, e o reforço da cooperação transfronteiriça em setores como a saúde e a proteção civil são temas na agenda desta cimeira.
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Os governos de Portugal e de Espanha vão reunir-se hoje, em Vidago, Chaves, na XXVII Cimeira Luso-Espanhola, a terceira em que participam conjuntamente Pedro Passos Coelho e Mariano Rajoy, num momento sensível para os dois países.
Espanha vive o rescaldo do anúncio da abdicação do rei Juan Carlos a favor do seu filho Felipe bem como a exigência de parte da sociedade espanhola que reclama a realização de um referendo sobre a monarquia.
Em Portugal, com o maior partido da oposição em crise interna, o executivo PSD/CDS-PP enfrenta mais um chumbo do Tribunal Constitucional a medidas orçamentais, que pretende ver clarificado, num contexto em que procura iniciar um novo ciclo pós-resgate.
O desenvolvimento das redes energéticas europeias, a estratégia da União Europeia para a promoção do crescimento económico e o combate ao desemprego, em particular o dos jovens, e o reforço da cooperação transfronteiriça em setores como a saúde e a proteção civil são temas na agenda desta cimeira, que juntará seis ministros de cada governo.
Entre reuniões sectoriais, reunião plenária, um encontro a sós entre o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, e o chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, uma conferência de imprensa conjunta e um almoço das duas delegações, esta cimeira tem uma duração prevista de cinco horas.
As mudanças institucionais em curso na União Europeia, na sequência das eleições para o Parlamento Europeu, também deverão ser abordadas hoje pelos executivos de Portugal e de Espanha - que continua a ser o principal destino das exportações e a maior fonte de importações portuguesas.
Portugal e Espanha devem acordar ainda o calendário para a implementação da ligação ferroviária entre o Atlântico e a Europa.
À margem desta reunião anual entre os dois governos, decorrerá, como habitualmente, um encontro empresarial bilateral.
As expetativas dos habitantes de Chaves e Verin
Uma melhor cooperação dos dois lados da fronteira na área da saúde é precisamente uma das maiores reivindicações feitas pelo autarca de Chaves, o concelho que acolhe a cimeira e que, desde 2007, forma com Verin - do outro lado da raia - uma eurocidade.
Os dois povoados partilham vários serviços no campo cultural, desportivo e social e respectivos equipamentos. Os habitantes gostam dessa partilha e até chamam a Chaves o bairro sul a a Verin o bairro norte.
Mas se os cidadãos querem e valorizam esta união há leis de um e outro lado que não acompanham as vontades. Neste caso, o que mais pedem os governantes locais e as populações, é que haja uma partilha de serviços de saúde, uma vez que as duas localidades são periféricas em relação aos maiores centros.