Dados do governo revelam que, nos primeiros nove meses do ano, foram despejadas 5,5 famílias por dia. Número de casos está a aumentar desde 2013.
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Se a tendência se mantiver, o número de despejos este ano vai aumentar em relação ao ano passado. Os números recolhidos pelo Diário de Notícias, junto do Ministério da Justiça, indicam que em 2016 foram concretizados 1931 despejos, uma média de 5,2 por dia que sobe para 5,5 nos primeiros nove meses deste ano.
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Os números dizem apenas respeito aos casos tratados junto do balcão nacional de arrendamento, criado em 2013 para libertar os tribunais deste tipo de processos. O presidente da Associação Nacional de Proprietários afirma ao DN que o número total de despejos deverá ser bastante superior. António Frias Marques explica que os advogados continuam a preferir recorrer aos tribunais comuns e que os casos tratados no Balcão Nacional de Arrendamento representam apenas 1/3 do total destes casos.
Na perspetiva dos proprietários, os números não são preocupantes. O presidente da associação sublinha que as situações de incumprimento representam apenas 2% dos quase 700 mil contratos em vigor.
Ouvido pela TSF, Romão Lavadinho, presidente da Associação dos Inquilinos Lisbonenses, Romão Lavadinho, apela ao Governo que trave o número de despejos.
"Já pedimos ao Governo que, no caso dos despejos por incumprimento não deliberado, por impossibilidade de pagar o valor da renda (...), isso seja calculado", disse Romão Lavadinho, que culpa a especulação pelo facto de os inquilinos não terem rendimentos suficientes para cumprir com as rendas.
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"Estamos a propor que seja feita uma lei de base para a habitação que inclua o arrendamento e dê algumas aos inquilinos que, neste momento, não têm garantias nenhumas", defendeu.
Notícia atualizada às 11h, com as declarações de Romão Lavadinho à TSF